Avery ficou 18 anos preso por um crime que não cometeu. Depois de ser solto, voltou a prisão por outro crime que alega não ter feito
Em 1985, Steven Avery foi condenado por agressão sexual e tentativa de homicídio. Depois de cumprir 18 anos, de uma sentença de 32, testes de exames de DNA determinaram sua inocência. Solto em 2003, entretanto, ele acabou sendo preso novamente dois anos depois, acusado de assassinato.
Será que Avery era realmente inocente no primeiro crime? Ou ele também não cometeu o segundo? Sua controversa história é retratada em um episódio de Making a Murder, popular série da Netflix.
Infância e crimes menores
Um dos quatros filhos do casal Allan e Dolores Avery, Steven nasceu em 1962 no condado de Manitowoc, no Estado Wisconsin. Desde jovem, sua família operava um ferro-velho no interior da cidade.
De acordo com sua mãe, Steven estudou em uma escola primária “para crianças com dificuldade de aprendizagem”. De acordo com um de seus advogados em 1985, os registros escolares mostravam que seu quociente de inteligência era 70 e que ele "mal funcionava na escola". Em 24 de julho de 1982, Avery se casou com Lori Mathiesen, que era mãe solteira. Juntos, eles têm quatro filhos juntos: Rachel, Jenny e os gêmeos Steven e Will.
Aos 18 anos, foi condenado por assaltar um bar com um amigo. Depois de cumprir 10 meses de uma sentença de dois anos na Cadeia do Condado de Manitowoc, foi solto em liberdade condicional e condenado a pagar uma restituição. No final de 1982, dois homens admitiram que, por sugestão de Steven, eles jogaram o gato de Avery "em uma fogueira e o viram queimar até morrer", depois que ele jogou gás e óleo sobre o felino
Steven foi considerado culpado de crueldade contra os animais e foi preso até agosto de 1983."Eu era jovem e estúpido, e andava com as pessoas erradas", Avery disse mais tarde, sobre seus dois primeiros encarceramentos.
O crime que não cometeu?
Em julho de 1985, uma mulher chamada Penny Beerntsen foi brutalmente atacada e abusada sexualmente enquanto corria em uma praia do Lago Michigan. Avery acabou sendo preso posteriormente após a vítima identificá-lo por fotos e presencialmente.
Embora alegasse que estava a mais de 60 quilômetros de distância da cena do crime, tendo, inclusive, álibi — o recibo de loja com data e hora, além de 16 testemunhas oculares — ele foi acusado e finalmente condenado por estupro e tentativa de homicídio. Entre 1987 e 1996, dois recursos para sua soltura foram negados pelos tribunais superiores.
Em 1995, um detetive da polícia do condado de Brown ligou para a prisão do condado de Manitowoc, dizendo que um recluso "admitiu ter cometido o crime de anos atrás e que outra pessoa estava na prisão por isso". O policial, então, transferiu a ligação para o escritório de detetives. Eles dizem se lembrar do xerife Thomas Kocourek dizendo: "Já temos o cara certo. Não se preocupe com isso."
Após passar anos declarando sua inocência, em 2002, o Wisconsin Innocence Project usou testes de DNA — não disponíveis no momento do julgamento original de Avery — para exonerá-lo e demonstrar que Gregory Allen tinha, de fato, cometido tal crime.
Allen, que tinha uma notável semelhança física com Avery, cometeu um ataque em 1983 na mesma praia onde Beerntsen foi posteriormente atacada. Ele estava sob vigilância policial em 1985 devido ao seu histórico de comportamento criminoso contra mulheres, mas nunca foi suspeito no caso e muito menos foi incluído na foto ou nas filas ao vivo apresentadas a Penny.
Avery foi libertado em 11 de setembro de 2003. Naquela época, sua esposa havia se divorciado dele e ele estava separado de sua família. Seu caso logo ganhou a mídia e diversas melhorias no sistema de justiça criminal foram implementadas.
Steven abriu um processo civil contra o condado de Manitowoc, o ex-xerife , Thomas Kocourek, e o ex-procurador distrital, Denis Vogel, buscando recuperar 36 milhões de dólares em danos decorrentes de sua condenação injusta. O processo foi encerrado em fevereiro de 2006, sendo pago apena 400 mil após uma nova acusação de assassinato.
A morte de Teresa Halbach
A fotógrafa Teresa Halbach desapareceu em 31 de outubro de 2005; seu último suposto compromisso foi um encontro com Steven, em sua casa, para fotografar uma minivan que ele estava vendendo.
O veículo de Halbach foi encontrado parcialmente escondido no ferro-velho de sua família, e manchas de sangue recuperadas de seu interior correspondiam ao DNA de Avery. Mais tarde, os investigadores identificaram fragmentos de ossos carbonizados, que supostamente eram de Teresa, foram encontrados em uma fogueira perto da casa dele.
Assim, Avery foi preso e acusado de assassinato, sequestro, agressão sexual e mutilação de um cadáver. No entanto, ele sustentou a defesa de que tudo não passava de uma armação promulgada para desacreditar sua inocência que estava sendo julgada.
Apesar das investigações serem passadas para um Departamento vizinho, já que Steven tinha um processo contra as autoridades locais, alguns investigadores de Manitowoc participaram de buscas repetidas no trailer, garagem e propriedade de Avery.
Essas buscas, inclusive, teriam revelado a chave do veículo de Teresa no quarto de Steven. Seus advogados insistem que há um conflito de interesses na investigação e sugere que as evidências possam ter sido adulteradas.
Os advogados de Avery também descobriram que uma caixa de evidências contendo um frasco de seu sangue, coletado em 1996 durante seus esforços de apelação no caso Beerntsen, havia sido aberta e um orifício de perfuração era visível na tampa.
Eles especularam que o sangue encontrado no carro de Halbach poderia ter sido retirado do frasco armazenado e colocado no veículo para incriminá-lo. Porém, com faltas de provas, em 18 de março de 2007, Avery foi considerado culpado de assassinato em primeiro grau e posse ilegal de arma de fogo, e absolvido da acusação de mutilação de cadáveres.
Steven foi condenado à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional e permanece preso até hoje.
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