O presidente dos EUA e o chefe de estado russo fizeram declarações públicas a respeito um do outro nesta última semana
Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 18/03/2021, às 17h35 - Atualizado às 17h36
Na última terça-feira, 16, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deu uma entrevista à ABC News em que falou de uma série de assuntos, como campanha de vacinação contra o coronavírus, tropas norte-americanas no Afeganistão e a questão da interferência da Rússia nas últimas eleições norte-americanas.
Isso porque naquele dia havia sido publicado um relatório da Inteligência Nacional dos EUA concluindo que o outro país de fato buscou manipular o processo eleitoral em favor da volta de Donald Trump. A notícia foi repercutida pelo site Money Times.
Esse objetivo foi buscado através da disseminação de informação falsa a respeito do concorrente democrata, acusando Vladimir Putin não apenas de ter consciência disso, mas também de ser responsável por comandar a iniciativa.
Em relação a esse relatório, o democrata comentou na entrevista à ABC News a respeito de um telefonema que teve com Putin em janeiro de 2021, quando essa informação ainda não havia sido estabelecida, mas já haviam suspeitas:
“Nós tivemos uma longa conversa, ele e eu. Eu o conheço relativamente bem. Quando a conversa começou, eu disse, 'Eu conheço você e você me conhece. Se eu estabelecer que isso ocorreu, então esteja preparado”, afirmou ele, segundo o veículo.
A declaração de Biden que mais chamou atenção, todavia, foi quando o entrevistador, George Stephanopoulos, perguntou se o político acreditava que o chefe de estado russo era “um assassino”, ao que recebeu uma resposta positiva.
Embora o democrata tenha vencido as eleições independentemente de esforços externos de sabotagem, Joe garantiu que Putin iria “pagar o preço” por ter coordenado essa ação. A despeito da ameaça, o presidente norte-americano não planeja nenhum rompimento das relações com a Rússia, inclusive tendo recentemente estendido um acordo de armas com o país.
“É possível caminhar e mascar chiclete ao mesmo tempo em lugares onde é do nosso interesse mútuo trabalharmos juntos”, afirmou o político, segundo foi divulgado pelo site da ABC News.
Em vista dessas declarações fortes por parte do presidente estadunidense, o líder russo deu uma resposta pública a respeito da questão em um discurso.
“Lembro-me de minha infância, quando discutíamos no parquinho, costumávamos dizer: ‘É preciso ser um para reconhecer o outro’. E isso não é uma coincidência, não é apenas um ditado ou uma piada de criança”, comentou o chefe de estado russo a respeito da acusação dele ser “assassino”.
"Quanto à declaração do meu homólogo norte-americano, realmente somos, como ele disse, pessoalmente conhecidos. O que eu responderia a ele? Eu diria: fique saudável, eu lhe desejo boa saúde", completou ainda Putin, de acordo com o que foi repercutido pelo site do Terra nessa quinta-feira, 18.
O líder russo ainda destacou que a história dos Estados Unidos, como a de diversas outras nações, possuía muitos capítulos violentos, como o genocídio de nativos e o racismo estrutural que chegou a motivar o movimento de “Black Lives Matter” (ou, em tradução livre, “Vidas Negras Importam”).
Vale dizer que na última quarta-feira, 17, Moscou decidiu que o embaixador da Rússia nos EUA, chamado Anatoli Antonov, irá retornar ao seu país natal no próximo sábado, 20. A informação foi repercutida pelo UOL.
Apesar de todas essas farpas, contudo, assim como Biden, Putin acredita que a conciliação é possível, desde que os interesses de seu país não sejam negligenciados em favor dos objetivos da nação estadunidense, novamente de acordo com o Terra, que publicou trechos de seu discurso mais recente.