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Matérias / Mundo

A trágica saga de uma revolucionária: a vida de Laura Marx

Laura sofreu com a miséria, porém, nunca desistiu de dedicar seus anos à causa do movimento operário

Ingredi Brunato Publicado em 25/08/2020, às 14h28

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Fotografia de Laura Marx quando era criança. - Wikimedia Commons
Fotografia de Laura Marx quando era criança. - Wikimedia Commons

Laura Marx foi a filha do meio de Karl Marx, e é assim que a História costuma se lembrar dela: a filha de um pensador. Todavia, Laura foi além, tendo uma vida de ativismo político engajado no movimento operário, produzindo seu próprio trabalho intelectual e sobrevivendo à perseguição política. 

A filha de Marx nasceu na Bélgica, no entanto, não teve tempo de se sentir em casa no país, com a mudança de sua família para a França, depois para a Prússia, e enfim para a Inglaterra. 

Casamento engajado 

A jovem morava em Londres com a família quando Paul Lafargue, um jovem socialista francês e futuro marido de Laura, veio trabalhar para uma organização de esquerda onde conheceu Karl Marx, e mais tarde, sua família. 

A menina belga terminou, portanto, se casando com um ativista de esquerda, algo que se repetiu com suas duas irmãs. Paul Lafargue foi o responsável por introduzir o marxismo na Espanha, além de ter sido o autor do livro “O Direito à Preguiça”, famoso em sua época. 

O casal passou por todo tipo de dificuldade. Apesar de terem recebido prolongada ajuda financeira de Friedrich Engels (amigo de Karl Marx e co-autor da obra O Manifesto Comunista), eles viveram por anos na miséria - algo que a filha do meio de Marx já havia experienciado durante a infância -, e além disso também perderam três bebês logo nos primeiros meses de casamento. 

Laura Marx em fotografia tirada no ano de 1980. Crédito: Wikimedia Commons 

A morte prematura dos dois meninos e uma menina a quem Laura tinha dado à luz certamente foi um grande peso para sua vida, contribuindo para os diversos momentos em que precisou lutar contra a depressão. O fato da ativista e seu marido precisarem estar em constante fuga da polícia também não ajudava a situação de sua saúde mental. 

A despeito dos obstáculos, a segunda filha de Marx dedicou sem hesitação a sua vida ao movimento socialista. Como ganha-pão, ela era professora de línguas, porém também traduziu grande parte da obra de seu pai para o francês, e escreveu artigos políticos sobre o socialismo na França. 

Ela morreu já quando era uma senhora. Após décadas de luta política ao lado de seu marido, eles tomaram a decisão conjunta de se suicidar. 

Morte 

Laura Marx e Paul Lafargue planejaram suas mortes com cuidado. Eles deixaram comida e água para vários dias para seu cachorro, Nino, escreveram uma carta e então saíram para dar uma última volta na cidade de Paris, onde moravam juntos.  

“Eles vão ao cinema, compram um doce em uma doceria, caminham e quando voltam para casa cometem suicídio", contou Juan Manuel Aragüés, professor do Departamento de Filosofia da Universidade de Zaragoz, em entrevista à BBC News Mundo. 

Segundo se acredita, eles teriam tomado a decisão de tirar suas vidas há muito tempo, por medo de terem uma velhice em que fossem um peso para a sociedade. Portanto, no dia 25 de novembro de 1911, os dois tomaram ácido cianeto no quarto da casa em que viviam. 

O funeral de Lara e Paul, que eram ambos figuras importantes para o movimento aparário, acabou se tornando uma manifestação política, contando inclusive com a presença de Vladimir Lenin como orador. Segundo o livro “Memórias de Lenin”, ele teria dito mais tarde à esposa: "Se não se pode mais trabalhar para o Partido, é preciso ser capaz de encarar a verdade e morrer como os Lafargues."


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