A cooperação foi crucial para as repúblicas se inserirem no contexto global
Em meio ao final da Guerra Fria, em setembro de 1991, o que ainda se chamavam repúblicas soviéticas passaram a fazer referendos para entender se continuariam fazendo parte da URSS.
Ao mesmo tempo, novos blocos econômicos, como a União Europeia, surgiam, e passaram a incentivar esses países a criar uma cooperação econômica.
Quando a União Soviética chegou ao fim, com um processo que teve início em dezembro de 1991, a própria Federação Russa, o país mais influente dentro da USSR, se juntou a Ucrânia e Belarus para propor uma cooperação econômica.
Eles queriam que trouxesse laços entre os países que acabaram de ganhar a sua independência com respeito a soberania política de cada um deles. Assim nasceu a CEI, ou Comunidade dos Estados Independentes, em dezembro de 1991, por meio de um encontro que ficou conhecido como Acordo de Misnk.
O acordo apenas tomaria força, no entanto, quando outros países aderiram à CEI, no dia 21 de dezembro de 1991. Foram eles: Cazaquistão, Armênia, Azerbaijão, Quirguistão, Moldávia, Uzbequistão, Turcomenistão e Tadjiquistão. Dois anos depois, em 1993, a Geórgia também passou a fazer parte da organização, mas acabou deixando a comunidade em 2009, depois de um referendo.
Nem todas as antigas repúblicas soviéticas aceitaram o convite para fazer parte da CEI. Dos 15 países que faziam parte da URSS, três nações rejeitaram a adesão: Lituânia, Letônia e Estônia. O ato dos países bálticos é justificado por meio da relação conflituosa que eles tinham com a União Soviética, que havia os anexado, segundo o portal InfoEscola.
Com o fim da União Soviética esses novos países encontravam diversos desafios, e então buscavam auxílio da CEI, porque não seriam capazes de se inserir, então, no contexto global sozinhos.
Um dos grandes problemas enfrentados por nações soviéticas menores foi a desigualdade industrial: a Rússia mantinha 60% da produção industrial, a Ucrânia 20%, Belarus 10%, e para os outros países sobrava apenas 10%.
A CEI fez com que o modo de produção socialista da União Soviética fosse trocado por políticas de livre comércio e que espaço fosse aberto para a privatização de diversas estatais. Com ela, foi adotado o uso do rublo.
A Rússia tomou frente dentro dos acordos, tendo ficado como a detentora da maior parcela do arsenal nuclear das nações.
Os países que fazem parte da organização também sofrem com outros problemas, como conflitos separatistas trazidos pela diversidade religiosa e étnica, como é o caso da disputa da Rússia e da Ucrânia pela Criméia, da Rússia e da Geórgia pela Abkházia e Ossétia do Sul e até mesmo movimentos dentro da própria Federação Russa, como acontece nas regiões da Tartária e da Chechênia.
Foi o que fez com que em março de 2004, uma das nações fundadoras da CEI, a Ucrânia, ameaçasse sair da comunidade, trazendo uma crise política dentro da organização.
O país já disputava, na época, a região da Criméia com a Rússia, que anexou a região, o que é motivo de conflito até a atualidade, mesmo o país continuando dentro da Comunidade dos Estados Independentes.