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Matérias / Múmias

A misteriosa múmia do Homem de Cherchen, um dos maiores achados do século 20

Os restos, descobertos em condições de extrema conservação na China, intrigou arqueólogos, que se depararam com características incomuns

Nicoli Raveli Publicado em 15/06/2020, às 07h30

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Cherchen Man, uma das múmias mais conservadas - Divulgação
Cherchen Man, uma das múmias mais conservadas - Divulgação

Um grupo de múmias encontrado na bacia de Tarim no século 20 instigou arqueólogos. Após a descoberta, os restos de um homem, três mulheres e um bebê ficaram conhecidos como as Múmias Cherchen. Os cinco corpos apresentavam roupas parecidas e contavam com fios vermelhos e azuis nas mãos, que acredita-se ser uma identificação de que pertenciam a mesma família.

Cherchen Man foi o apelido dado a uma dessas múmias que foram encontradas na cidade de Cherchen, localizada na região de Xinjang, na China. O achado pertence ao grupo Múmias Tarim, e seus restos mortais foram descobertos no túmulo dois do cemitério de Zaghunluq, noroeste do país.

Assim como as descobertas anteriores, a múmia foi localizada com roupas e traços do estilo europeu e acredita-se que seja uma evidência da descendência da cultura Afanasevo, pertencente aos indo-europeus que migraram por volta de 3300 a.C.

A múmia do Homem de Cherchen / Crédito: Divulgação

A partir de análises, foi possível determinar que os restos eram de um homem adulto que teria morrido por volta de 1000 a.C e que tinha, aproximadamente, 50 anos de idade. Sua altura variava de 1,65 centímetros a 1,98 centímetros e caracterizou-se por um cabelo marrom avermelhado misturado com cinza, que caracterizava seu rosto redondo. Ele foi enterrado com dez chapéus de estilos diferentes e contava com roupas com tons avermelhados, azuis e roxos.

Todavia, o que chamou a atenção dos pesquisadores foi o nariz comprido e lábios grossos. E as marcas em espiral de um sol amarelo e roxo que, primeiramente, foram confundidos com tatuagens que, na verdade, são pinturas ocre, um pigmento natural feito com argila e areia.

A professora de arqueologia de Los Angeles, Elizabeth Barber, estudou a descoberta realizada na bacia de Tarim e identificou diversas semelhanças com os padrões europeus. Além disso, ela sugeriu que as múmias também compartilham uma origem comum das montanhas do Cáucaso, no sul da Rússia. Entre as vestimentas, encontravam-se roupões, chapéus, capas, calças, camisas e meias de lã.

O Homem De Cherchen foi enterrado em uma tumba constituída por tijolos de barro misturados com arbustos. Para reduzir a umidade do local, foram colocados diversos tapetes e galhos a fim de aumentar sua preservação. Da mesma maneira, também foi observado que havia um pedaço de madeira que deixava as pernas do homem dobradas, fazendo com que a circulação de ar fosse maior, diminuindo a taxa de decomposição. No entanto, não seria a única descoberta revelante encontrada na região.

Inúmeras múmias

As Múmias de Tarim representam um grande mistério do mundo antigo. Os restos humanos foram encontrados em condições preservadas impressionantes, já que haviam sido preservados acidentalmente em um ambiente seco e salgado do deserto de Taklimakan, especificamente na bacia de Tarim, localizado na China ocidental.

Até então, a múmias encontradas datavam de um longo período, desde 1800 a.C. até 400 d.C. Todavia, o que chamou a atenção dos arqueólogos e pesquisadores, em geral, foi a incrível distinção dos traços europeus.

Múmia de Tarim, a mulher caucasiana / Crédito; Divulgação

As primeiras descobertas ocorreram no início do século 20, pelo explorador sueco Sven Hedin. Ele investigava a história da Roda da Seda, diversos caminhos antigos que ligavam a China à Turquia e, então, até a Europa. Devido a falta de equipamento necessário, o pesquisador simplesmente deixou os corpos nos locais de origem e voltou para seu país. os restos acabaram sendo esquecidos.

Em seguida, no ano de 1978, Wang Bighua, arqueólogo chinês, dessenterrou 113 cadáveres no cemitério em Qizilchoqa, na Ásia Central. A maioria foi transferida para um museu da cidade de Urumqi, mas, nos últimos 25 anos, diversos arqueólogos investiram em diversas escavações na área a fim de encontrar mais múmias.

Uma vez expostas no museu, chamaram muita atenção. Em 1987, Victor Mair, professor da Universidade da Pensilvânia, guiou seus alunos no acervo e se deparou com uma das múmias desenterradas por Bingha.

Os restos de uma das múmias encontradas / Crédito: Divulgação

Segundo o docente, foi uma experiência perturbadora, já que todas estavam vestidas com roupas de lã e botas de feltro. Além disso, os corpos estavam incrivelmente preservados e apresentavam traços europeus, como o cabelo castanho avermelhado ou loiro, narizes compridos, corpos longos e olhos grandes.


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