As descobertas de Micaela Gomes e Laura Dias fazem parte do Projeto Caça Asteroides, que é idealizado por outra estudante, Helena Carrara
A Terra é apenas um dos planetas do Sistema Solar que, por sua vez, faz parte de uma galáxia espiral chamada Via Láctea que é só mais uma entre as mais de 100 bilhões de galáxias existentes em nosso universo observável.
Dentro de toda essa imensidão, qualquer descoberta, seja de planetas, asteroides e afins faz com que a comunidade científica vire os olhos para algo que possa apresentar uma resposta sobre a origem da vida.
Por mais minúsculo que seja, ou que aparenta ser, cada detalhe pode virar mais “um grande salto para a humanidade”. Assim, cientistas, astrofísicos, entre outros, dedicam, às vezes, vidas inteiras em nome da ciência, desenvolvendo estudos, teorias e buscando repostas — se bem que nem sempre eles consigam.
O que dizer então de uma descoberta feita no Brasil, um país que cada vez menos investe nessa área. Seria uma coisa fantástica, não?
O que podemos dizer então se esses achados fossem feitos por mulheres, mais precisamente por estudantes. Algo que deveria ser elogiado ainda mais, visto o pouco espaço que elas ainda possuem nessa área.
Pois bem, então já podemos começar a aplaudir Micaele Vitória Cavalcante Gomes e Laura dos Santos Dias que fizeram uma descoberta inédita em um projeto idealizado por Helena Ferreira Carrara.
Em outubro do ano passado, 2020, Helena Carrara, de 22 anos, aluna de Licenciatura em Física da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Bauru (SP), começou o projeto Caça Asteroides, que tem o intuito de divulgar a astronomia para adolescentes do país, mesmo que “muitas vezes não têm o incentivo dos pais nem dos professores”, conforme diz em entrevista ao UOL.
Mesmo assim, conseguiu que seu projeto fizesse parte do International Astronomical Search Collaboration (Iasc), uma espécie de cooperação internacional entre cidadão-cientista, com pessoas comuns procurando asteroides e contribuindo para a ciência.
Assim, ela selecionou cinco estudantes do ensino médio para participar do Caça Asteroides, realizando reuniões semanais de treinamento. Periodicamente, o grupo recebe manuais, dados e imagens da NASA, que são coletados pelo telescópio Pan-Starrs — que fica no Observatório Haleakala, no Havaí.
Com a ajuda de um software desenvolvido para trabalhos astronômicos, essas imagens são analisadas e monitoradas por cada um desses participantes. "Quando recebemos as imagens, eu separo um 'set' [pasta com cerca de cinco imagens da mesma localização] para cada aluno. Quando analisavam os delas, a Micaele e a Laura perceberam objetos em movimento. Então catalogamos os objetos e enviamos um relatório para o Iasc", explicou Helena para o UOL.
Até aí tudo parecia acontecer como normalmente ocorre, acontece que, a resposta da NASA foi surpreendente: aqueles objetos avistados por elas jamais haviam sido catalogados anteriormente. Se tratava de uma descoberta inédita.
Estudante da Escola Estadual Professor Estevam Ferri, que fica em São José dos Campos, em São Paulo, Micaele Vitória Cavalcante Gomes diz ser apaixonada pelo Universo em entrevista ao portal de notícias UOL.
Sua jornada galáctica começou com o estudo de corpos menores do Sistema Solar e logo passou a se interessar cada vez mais por eles. Assim, encontrou no Projeto Caça Asteroides a oportunidade perfeita para saciar mais sua curiosidade.
"Descobertas assim ajudam no trabalho de astrônomos, que não têm como analisar todas essas imagens e dados. Sabendo da existência do asteroide, poderão estudá-lo sem perder tanto tempo procurando por ele", conta sobre a importância de sua ajuda. "Para mim, a importância dessa descoberta é gigantesca, significa a realização de um sonho e o começo de outros. Deixei um pouco dos meus sonhos registrados no espaço".
Já Laura dos Santos Dias é aluna da Escola Estadual Professor José Vieira de Morais, que fica na periferia da zona sul de São Paulo. A estudante, além da felicidade, é claro, ficou muito surpresa de ter achado um novo asteroide logo em suas primeiras análises.
“Durante a análise das imagens, achei que um ponto não tão grande poderia ser um asteroide, por causa de sua movimentação constante e características. Eu já estava muito empolgada por ter achado um asteroide, mas em nenhum momento passou pela minha cabeça que ele pudesse ser inédito”, disse Laura, que sonha em se formar em astronomia ou filosofia.
O asteroide achado por Laura ganhou o nome provisório de P11bNcu, já o localizado por Micaele, que estava relativamente próximo ao Sol, recebeu o código P11bEV1. As nomenclaturas foram dadas pelo Minor Planet Center, da Universidade de Harvard.
Agora, o próximo passo será enviar esses dados para astrônomos, que tentarão determinar suas órbitas e outras informações sobre esses corpos. Depois dessa etapa, que pode levar anos para ser concluída, as meninas, enfim, poderão escolher o nome oficial dos asteroides. Porém, para isso, seu ineditismo precisa ser confirmado.
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