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Matérias / Consciência Negra

20 de novembro é feriado? Entenda o significado da data

Considerado ponto facultativo até o ano passado, o Dia Da Consciência Negra foi agora definido como feriado nacional; saiba mais!

Felipe Sales Gomes, sob supervisão de Éric Moreira Publicado em 11/11/2024, às 14h36

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Grupo praticando capoeira e monumento a Zumbi dos Palmares - Getty Images e Wikimedia Commons
Grupo praticando capoeira e monumento a Zumbi dos Palmares - Getty Images e Wikimedia Commons

Em 20 de novembro de 2024, o Brasil celebra pela primeira vez, no âmbito nacional, o Dia de Zumbi e da Consciência Negra. A data foi oficializada como feriado brasileiro em dezembro de 2023, após aprovação do Congresso e sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Esse dia remete à morte de Zumbi, memorável líder do Quilombo dos Palmares, um dos maiores centros de resistência à escravidão negra durante o período colonial, localizado na Serra da Barriga, atual estado de Alagoas.

Os quilombos eram comunidades formadas principalmente por escravizados fugidos, sobre as quais Palmares se destacava como a maior e mais populosa, segundo O Globo.

No auge, chegou a abrigar cerca de 20 mil moradores, número que superava a população da maioria das cidades brasileiras da época, quando o país somava aproximadamente 300 mil habitantes, excluindo-se os povos indígenas.

Zumbi dos Palmares

Zumbi nasceu em 1655, em Alagoas, e foi batizado como Francisco. Aos 15 anos, foi viver no Quilombo dos Palmares, liderado então por seu tio, Ganga Zumba. Considerado o maior quilombo da América Latina, o local reunia uma população composta por negros fugitivos, nativos e outras pessoas que escapavam da opressão.

A comunidade ia além de uma única vila: era uma união de vários assentamentos menores, chamados mocambos, sendo o maior deles o mocambo do Macaco. Palmares se sustentava por meio da agricultura coletiva, além de possuir atividades como olaria, metalurgia, pecuária e artesanato.

Os proprietários de terras da região temiam o crescimento do quilombo, pois além do incentivo às fugas, a comunidade simbolizava uma possível ameaça à ordem escrava. Na segunda metade do século XVII, latifundiários financiaram várias expedições para destruir o quilombo, todas fracassadas, mas com alto custo em vidas.

Pintura de Zumbi dos Palmares por Antonio Parreiras / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

Em 1678, Ganga Zumba tentou negociar a paz com o governador de Pernambuco, D. Pedro de Almeida. No entanto, o acordo oferecido era polêmico: garantiria a liberdade dos nascidos em Palmares, mas forneceria o retorno dos fugitivos à escravidão.

A proposta não agradou nem aos quilombolas, nem aos senhores de escravos, que consideraram os termos muito tendenciosos ao quilombo. Francisco, insatisfeito, depôs seu tio, que posteriormente seria assassinado.

Por mais de 15 anos, Zumbi liderou Palmares em resistência, até que, em 1694, o mocambo do Macaco foi destruído em uma expedição comandada por Domingos Jorge Velho e Vieira de Mello. O líder foi ferido e precisou fugir, mas após um ano foi capturado e morto, em 20 de novembro de 1695.