Por diversas vezes, a Academia perdeu a chance de reconhecer algumas das figuras mais admiradas por público e crítica
Escolha seu injustiçado favorito: a premiação, que acontece todos os anos desde 1929, acabou esquecendo astros que até hoje são cultuados por fãs e a crítica.
Tirando da frente isto: Chaplin ganhou três prêmios da Academia. Mas nenhum que realmente conta, competitivo e por sua profissão principal, ator e diretor. O rei do cinema mudo fora indicado ao Oscar como melhor ator e roteirista, em 1941 e 1948, mas nunca recebera uma menção sequer como diretor. Em 1929 e 1972, Chaplin ganhou dois troféus honorários, como homenagem à sua trajetória no cinema. Ao fim da vida, em 1972, ele finalmente recebeu uma estatueta no relançamento de Luzes da Ribalta. Como compositor da trilha.
Hitchcock foi indicado como melhor diretor em cinco ocasiões: em 1941 por Rebecca, A Mulher Inesquecível, em 1945 por Um Barco e Nove Destinos, em 1946 por Quando Fala o Coração, em 1955 por Janela Indiscreta e em 1961 por Psicose. Nem foi indicado por clássicos como Um Corpo que Cai e Pacto Sinistro. Para compensar a falha, a Academia homenageou Hitchcock com o Prêmio Memorial Irving G. Thalberg, em 1968.
Uma das poucas atrizes a conseguir sobreviver à passagem do cinema mudo para o falado, estrelou Crepúsculo dos Deuses, ainda hoje considerado um dos melhores filmes sobre a sordidez de Hollywood. Foi indicada ao Oscar de melhor atriz pelo filme, em 1951, mas perdeu para Judy Holliday, por Nascida Ontem. Antes disso, já havia sido indicada, sem sucesso, em 1929, por Sedução do Pecado, e em 1930, por Tudo por Amor.
Ele é conhecido como um dos maiores perdedores do Oscar: recebeu sete indicações como melhor ator, entre 1953 e 1978, mas nunca levou. E nem mesmo foi recompensado com um Oscar honorário. Burton estrelou mais de 40 filmes e fez sucesso em como Quem Tem Medo de Virginia Woolf e Ana dos Mil Dias.
Kubrick recebeu quatro indicações ao Oscar de melhor diretor: em 1965 por Dr. Fantástico, em 1969 por 2001 – Uma Odisséia no Espaço, em 1972 por Laranja Mecânica, e em 1976 por Barry Lyndon. Também já foi indicado como melhor roteirista e produtor, mas nunca levou nada. Como Chaplin, Kubrick já levou uma estatueta, mas não em sua área de expertise: em 1969, ganhou o prêmio de melhores efeitos especiais por 2001.
Com oito nomeações ao Oscar de melhor ator e nenhuma vitória, O’Toole é o recordista de indicações sem sucesso. Ele foi lembrado pela Academia entre 1963 e 2007, por suas atuações em filmes como Lawrence da Arábia e Adeus, Mr. Chips, mas foi superado por grandes atores em suas melhores fases – Marlon Brando, em 1973, e Robert De Niro, em 1981. Em 2003, O’Toole foi homenageado com um Oscar honorário.
Apesar das atuações icônicas Inimigo Íntimo e Blade Runner, e nas franquias Star Wars e Indiana Jones, Harrison Ford só chamou a atenção da Academia uma vez. Ele foi indicado como melhor ator em 1986, por seu trabalho em A Testemunha. Quem ficou com a estatueta na ocasião foi William Hurt, por O Beijo da Mulher-Aranha.
foi indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante em 1995, por Pulp Fiction, mas perdeu para Martin Landau, que levou o prêmio pela atuação em Ed Wood. Depois disso, mais nada. Ele nem sequer foi lembrado pelos trabalhos em Corpo Fechado e Django Livre.
Foi nomeada por Aliens (1986) e concorreu por dois filmes diferentes em 1988, por As Profissionais do Sonho e Nas Montanhas dos Gorilas. Desde então, nenhum pio da Academia.
Recebeu três indicações: em 2000, como melhor ator coadjuvante por Gladiador, em 2006, como melhor ator por Johnny & June, e em 2013, também como melhor ator, por O Mestre. Ainda é conhecido pelas atuações em Os Donos da Noite, Amantes e Ela. Mas até hoje, nada de estatueta.
Um dos diretores mais icônicos de sua geração, com um estilo só dele, foi nomeado quatro vezes, por Os Excêntricos Tennenbaums (melhor roteiro original), O Fantástico Sr. Raposo (melhor animação), Moonrise Kingdom (melhor roteiro original) e Grande Hotel Budapeste (melhor filme, diretor e roteiro original). Nada.
Amado pela crítica, um dos mais autorais e intrigantes diretores vivos, indicado três vezes como diretor, vencedor de nenhuma.