A Grande Sinagoga de Vilnius foi construída entre 1630 e 1633, e foi destruída após a Segunda Guerra Mundial; confira descoberta!
Publicado em 29/07/2024, às 12h46
Recentemente, arqueólogos descobriram durante escavações em Vilnius, capital da Lituânia, vestígios do que foi, no passado, a Grande Sinagoga de Vilnius. Construída entre 1630 e 1633 em estilo renascentista-barroco, ela foi um importante centro religioso e complexo de sinagogas, micvês e instituições comunitárias dedicadas ao estudo da Torá (o livro sagrado do Judaísmo) na região.
"A Grande Sinagoga de Vilna era o coração pulsante do judaísmo lituano, que incluía 12 sinagogas e casas de estudo, o edifício do conselho comunitário, a casa do rabino Eliyahu — o Vilna Gaon —, barracas de carne Kosher, a famosa biblioteca 'Strashun', uma casa de banhos e muito mais", informam os pesquisadores em comunicado de imprensa da Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA).
Segundo o Heritage Daily, porém, a sinagoga foi saqueada, queimada e parcialmente destruída pelos nazistas no Holocausto, durante a Segunda Guerra Mundial. Posteriormente, autoridades soviéticas ainda terminariam de demolir o que restava da estrutura, para construir uma escola no local, pensando em impedir qualquer restauração do culto judaico ali — lembrando que a Lituânia compôs a União Soviética (URSS).
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Ao todo, somente três peças originais e conhecidas da sinagoga sobreviveram ao tempo e às destruições: uma porta da Arca Sagrada, uma mesa de leitura e um baixo-relevo contendo os dez mandamentos. Hoje, todos estes objetos estão expostos no Museu Judaico Vilna Gaon, também em Vilnius.
Nas escavações recentes, conduzidas por arqueólogos da IAA, em parceria com a Associação de Arqueologia Lituana, com a Fundação Boa Vontade e com a Comunidade Judaica da Lituânia, foram descobertos vestígios das paredes decoradas da antiga sinagoga, bem como restos de piso. Neles, é possível observar padrões florais vermelhos, pretos e brancos, pavimentando o que seria todo o salão principal.
Além disso, também foram encontrados enormes reservatórios de água, que teriam fornecido água às estruturas da sinagoga, para ritos próprios do local. "Os magníficos restos que estamos redescobrindo trazem de volta momentos da vida de uma vibrante comunidade perdida", pontuam Jon Seligman, do IAA, e Justinas Rakas, da Sociedade Arqueológica Lituana, ainda no comunicado.