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Notícias / Austrália

Vândalos invadem caverna e destroem desenhos aborígenes de 30 mil anos

Segundo as autoridades da Austrália, os desenhos são “algumas das primeiras evidências da ocupação aborígine daquela parte do país”

Fabio Previdelli
por Fabio Previdelli
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Publicado em 22/12/2022, às 14h00

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A caverna de Koonalda - Reprodução/Video
A caverna de Koonalda - Reprodução/Video

Na Austrália, vândalos invadiram a caverna Koonalda, ao sul do país, e riscaram as paredes do local, que abriga desenhos de mais de 30.000 anos. As artes, esculpidas no calcário, possuem um significado especial para o povo aborígene Mirning

Embora a caverna esteja listada como Patrimônio Nacional desde 2014, anciões de Mirning já haviam contactado o governo australiano no início do ano para avisar sobre a segurança precária da caverna, aponta a BBC. 

Não olhe agora, mas esta é uma caverna da morte”, dizia a mensagem feita pelos vândalos. 

Segundo representantes do grupo aborígene, a arte não poderá ser recuperada ou reparada. "É um abuso para o nosso país e é um abuso para a nossa história", afirmou o ancião tio Bunna Lawrie. "O que se foi, se foi, e nunca vamos recuperá-lo."

A frase deixada pelos vândalos/ Crédito: Mirning cultural group

Ao The Guardian, a arqueóloga Keryn Walsh deu mais explicações sobre o fato, apontando que devido à superfície “muito macia” da caverna, a recuperação das artes é impossível. "Os vândalos causaram muitos danos. A arte não pode ser recuperada". 

“Não é possível remover os riscos sem destruir a arte por baixo”, acrescentou. "É uma perda enorme e é trágico tê-la desfigurado a este ponto."

“Constante desrespeito”

Por conta do episódio, relatou a People, uma investigação foi iniciada. O procurador-geral da Austrália do Sul e ministro dos Assuntos Aborígenes, Kyam Maher, considerou o vandalismo no local como "chocante”.

Essas cavernas são algumas das primeiras evidências da ocupação aborígine daquela parte do país”, apontou. 

Bunna Lawrie salientou que a destruição da arte é mais um exemplo do “constante desrespeito” que o povo Mirning sofre ao longo dos anos. Por fim, a BBC relatou que a pessoa que vandalizou o local, caso seja identificada, poderá ter que pagar uma multa de 6.700 dólares (mais de R$34 mil) e enfrentar uma pena de até seis meses de prisão.