Segundo as autoridades da Austrália, os desenhos são “algumas das primeiras evidências da ocupação aborígine daquela parte do país”
Na Austrália, vândalos invadiram a caverna Koonalda, ao sul do país, e riscaram as paredes do local, que abriga desenhos de mais de 30.000 anos. As artes, esculpidas no calcário, possuem um significado especial para o povo aborígene Mirning.
Embora a caverna esteja listada como Patrimônio Nacional desde 2014, anciões de Mirning já haviam contactado o governo australiano no início do ano para avisar sobre a segurança precária da caverna, aponta a BBC.
Não olhe agora, mas esta é uma caverna da morte”, dizia a mensagem feita pelos vândalos.
Segundo representantes do grupo aborígene, a arte não poderá ser recuperada ou reparada. "É um abuso para o nosso país e é um abuso para a nossa história", afirmou o ancião tio Bunna Lawrie. "O que se foi, se foi, e nunca vamos recuperá-lo."
Ao The Guardian, a arqueóloga Keryn Walsh deu mais explicações sobre o fato, apontando que devido à superfície “muito macia” da caverna, a recuperação das artes é impossível. "Os vândalos causaram muitos danos. A arte não pode ser recuperada".
“Não é possível remover os riscos sem destruir a arte por baixo”, acrescentou. "É uma perda enorme e é trágico tê-la desfigurado a este ponto."
Por conta do episódio, relatou a People, uma investigação foi iniciada. O procurador-geral da Austrália do Sul e ministro dos Assuntos Aborígenes, Kyam Maher, considerou o vandalismo no local como "chocante”.
Essas cavernas são algumas das primeiras evidências da ocupação aborígine daquela parte do país”, apontou.
Bunna Lawrie salientou que a destruição da arte é mais um exemplo do “constante desrespeito” que o povo Mirning sofre ao longo dos anos. Por fim, a BBC relatou que a pessoa que vandalizou o local, caso seja identificada, poderá ter que pagar uma multa de 6.700 dólares (mais de R$34 mil) e enfrentar uma pena de até seis meses de prisão.