O presidente da Ucrânia afirmou que planeja "cúpula da paz" com países da América Latina, África, China e Índia
A devastadora guerra na Ucrânia, conflito que deixou milhares de mortos, completa um ano hoje, 24, e não parece estar próxima de seu fim. Durante uma coletiva, o presidente Zelensky afirmou que planeja uma "cúpula da paz" entre a Ucrânia e países da América Latina, África, China e Índia para encerrar a guerra.
Nesta sexta-feira, 24, o presidente da Ucrânia declarou, durante uma coletiva que marca um ano do conflito, em Kiev, que quer comparecer pessoalmente ao evento. Como informado pelo O Globo, essa afirmação foi feita horas depois de a China ter apresentado um plano com 12 propostas para a paz.
O plano apresentado pela China foi descartado pela aliança militar do ocidente, a Otan, de imediato. Volodymyr Zelensky também fez suas declarações enquanto o presidente Lula evidenciou seu interesse em criar um grupo de países a fim de negociar a paz entre os dois territórios. Moscou disse estar avaliando.
No momento em que a humanidade precisa de paz, cumpre-se um ano da guerra entre a Rússia e a Ucrânia. É urgente que um grupo de países, não envolvidos no conflito, assuma a responsabilidade de encaminhar uma negociação para restabelecer a paz", tuitou Lula.
Zelensky afirmou que o interesse da China com o plano apresentado "não é ruim" e afirmou que a declaração "respeita nossa integridade territorial" e que há pontos nela que são "compreensíveis", mesmo que hajam outros com os quais ele não está de acordo.
"A China mostrou como pensa. Acredito que o fato de a China ter começado a falar sobre a Ucrânia não é ruim", afirmou. "Mas a questão é o que se seguirá às palavras. A questão são os passos e aonde eles levarão, disse, como repercutido pelo O Globo.
Já Maria Zakharova, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Rússia, disse que o fato de o plano chinês estar aberto a que a Rússia alcance os objetivos da chamada "operação militar especial" por meios políticos e diplomáticos, era apreciado por Moscou. De acordo com ela, isso significaria reconhecer "novas realidades territoriais" na Ucrânia.
Foi durante a visita do chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, em Brasília, em 30 de janeiro, que Lula tornou pública, a sua ideia, pela primeira vez. O presidente quer criar um grupo de países para negociar a paz. Ele também é contrário ao envio de armas, munições ou outras tecnologias bélicas ao governo de Zelensky.
Ainda segundo a fonte, durante uma entrevista à Tass, agência de notícias russa, Mikhail Galuzin, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, afirmou que as propostas de Lula estão sendo avaliadas pelo governo da Rússia.