O presidente Volodymyr Zelensky sugere troca humanitária enquanto acusa Pyongyang de apoiar a Rússia com tropas no conflito
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, declarou no último domingo, 12, que está disposto a entregar dois soldados norte-coreanos capturados na região de Kursk, na Rússia, em troca de militares ucranianos detidos pelas forças russas.
A proposta foi feita por meio da rede social X, onde Zelensky afirmou: "A Ucrânia está disposta a entregar a Kim Jong-un seus soldados, se puder organizar uma troca com nossos combatentes detidos na Rússia".
Os soldados norte-coreanos foram capturados feridos durante uma ofensiva ucraniana em Kursk, mas sua nacionalidade foi oficializada apenas pelo Serviço de Inteligência Nacional da Coreia do Sul (NIS). Segundo o NIS, os detidos foram enviados à Rússia para treinamento militar, mas acabaram deslocados para o front sem aviso.
Zelensky acusou Moscou de recorrer ao apoio militar norte-coreano devido às dificuldades enfrentadas pelas tropas russas no conflito, que começaram com a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022. "Sem dúvida há mais soldados norte-coreanos capturados pela Ucrânia no futuro", declarou o líder ucraniano.
A Ucrânia, os Estados Unidos e a Coreia do Sul estimam que Pyongyang inveja mais de 10 mil soldados para reforçar as forças russas. O presidente ucraniano afirmou que cerca de 3 mil desses soldados já morreram ou foram feridos em combate. A Coreia do Sul, por sua vez, acredita que o contingente norte-coreano seja de aproximadamente mil efetivos.
A proposta de troca ocorre em um momento de intensificação da cooperação entre Rússia e Coreia do Norte. Autoridades americanas, como o secretário de Estado Antony Blinken, afirmaram que Moscou tem parcerias militares e espaciais expandidas com Pyongyang em troca de tropas e equipamentos.
No último sábado, 11, o Serviço de Inteligência Ucraniano (SBU) divulgou um vídeo mostrando os dois soldados capturados em um hospital. Um deles, ter ficado sem comida e água por dias antes de serem capturados, revelou que as forças norte-coreanas sofreram "perdas graves" durante os combates.
A presença de tropas estrangeiras no conflito é vista como uma escalada significativa, com potenciais repercussões globais. A aliança militar entre a Rússia e a Coreia do Norte preocupa especialmente os Estados Unidos e a Coreia do Sul, que observam movimentos de reforço e envio de novas unidades norte-coreanas para o território russo.
Enquanto isso, segundo o G1, as forças russas reivindicaram a captura de localidades estratégicas no leste da Ucrânia, consolidando avanços graduais, mas sem conquistas decisivas.
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