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Matérias / Curiosidades

Manuscrito de Voynich: 5 curiosidades sobre o livro mais misterioso da história

Descoberto em 1912 pelo vendedor de livros polonês Wilfrid Michael Voynich, o Manuscrito de Voynich nunca foi traduzido e é um mistério secular

Éric Moreira
por Éric Moreira

Publicado em 12/01/2025, às 09h00

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Montagem mostrando duas páginas do Manuscrito de Voynich - Domínio Público via Wikimedia Commons
Montagem mostrando duas páginas do Manuscrito de Voynich - Domínio Público via Wikimedia Commons

Em 1912, o vendedor de livros polonês Wilfrid Michael Voynich comprou de um colégio jesuíta um antigo manuscrito que rapidamente lhe chamou bastante atenção. Repleto de imagens enigmáticas e escrito em uma língua desconhecida, ele se tornou um grande mistério que ele mesmo popularizou pelo mundo, que ficaria conhecido como Manuscrito de Voynich.

Hoje considerado uma das obras mais misteriosas da história, uma das poucas coisas que se sabe sobre o manuscrito é que ele remonta ao século 15. No entanto, pouco se sabe sobre seu conteúdo — mesmo com mais de um século de esforços para tentar decifrá-lo —, o contexto em que foi criado ou mesmo sobre seu autor.

Por isso, Wilfrid Michael Voynich dedicou sua vida a expor o material e a estudá-lo, a fim de, possivelmente, encontrar respostas para aquele enigma. Ele conta com cerca de 240 páginas, incluindo ilustrações detalhadas e coloridas, além de várias páginas com escritos incompreensíveis.

A variedade de tópicos ali presentes levou muitos a pensarem se tratar de uma enciclopédia medieval, mas poucas são as afirmações certeiras que pesquisadores podem fazer sobre o conteúdo.

Página do Manuscrito de Voynich e o vendedor de livros polonês Wilfrid Michael Voynich / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons / Getty Images

Confira a seguir 5 curiosidades sobre o Manuscrito de Voynich, o livro mais misterioso da história:

1. Origem misteriosa

Após uma datação por radiocarbono do manuscrito, que um estudo de 2014 determinou possuir o pergaminho feito de pele de bezerro, pesquisadores foram capazes de descobrir que aquele livro remonta ao início do século 15, sendo assim ainda do período medieval.

Porém, pouco se sabe além disso. A origem exata do manuscrito, bem como quem é seu autor, seguem como um grande mistério que, até hoje, muitos estudiosos esperam conseguir desvendar ao solucionar seus escritos.


2. Seções temáticas

Com base nas imagens espalhadas pelo manuscrito, pesquisadores o dividiram em 6 diferentes seções temáticas. Elas são: botânica (com representações de plantas), astronomia e astrologia (com símbolos do zodíaco e corpos celestes), biologia (com ilustrações de corpos femininos e gestação), cosmologia (com ideias medievais sobre o universo), farmacologia (com plantas em frascos).

Páginas do Manuscrito de Voynich / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

Por fim, há uma seção sem desenhos, apenas com inscrições, aparentemente dividida em textos individuais. Por isso, não há grande certeza de qual seja o conteúdo, mas uma das teorias mais populares, conforme registra o site oficial da Biblioteca Beinecke, é de que esta seja uma parte de receitas.


3. Segredos sexuais medievais

Em meio aos esforços para tentar compreender o conteúdo do livro misterioso, uma teoria controversa surgiu, que sugere que o Manuscrito de Voynich contém informações sobre sexo, contracepção e ginecologia, que deveriam ser segredos nos tempos medievais.

Essa hipótese surgiu com base nas representações de mulheres nuas segurando objetos próximos de suas genitálias. Keagan Brewer, da Universidade Macquarie, defende em artigo publicado no Social History of Medicine que o manuscrito era uma forma de manter segredos médicos sobre saúde feminina, possivelmente censurados para evitar que mulheres alfabetizadas pudessem ler seus escritos e usá-los para fazer sexo antes do casamento.

Ilustrações do Manuscrito de Voynich / Crédito: Divulgação/Biblioteca da Universidade de Yale

4. Decifrando o livro

Durante mais de um século, diversos especialistas, criptógrafos e linguistas tentaram decifrar o texto do manuscrito, mas sem sucesso. Porém, em 2019 o linguista Gerard Cheshire, da Universidade de Bristol, chamou atenção ao publicar um artigo afirmando que desvendou o idioma do manuscrito, alegando que era o proto-românico.

O acadêmico explica que o livro teria sido escrito com essa linguagem porque, na época, o latim era restrito às pessoas da igreja, da realeza ou do governo, enquanto o proto-românico era falado de forma "onipresente" no Mediterrâneo durante a Idade Média. No entanto, linguistas e medievalistas de vários lugares refutam a teoria, e até hoje o manuscrito não foi traduzido.


5. Proprietários

O Manuscrito de Voynich foi escrito em meados do século 15 por algum autor desconhecido e, antes de ser adquirido por Wilfrid Voynich, foi propriedade de outros 6 homens conhecidos, sendo seu primeiro registro de posse datado do século 17. Dessa forma, é bastante incerto o percurso que a obra passou ao longo de sua história, visto que dois séculos de sua história não foram registrados.

Páginas do Manuscrito de Voynich / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

Após a morte de Voynich, o livro foi vendido e, em 1969, foi doado à Biblioteca Beinecke da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, onde permanece guardado e acessível para pesquisadores que esperam, um dia, conseguir desvendar todo o seu conteúdo enigmático.

Caso você queira conferir o Manuscrito de Voynich na íntegra, clique aqui.

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