Descoberto durante escavações, o local guardava ossos de quatro pessoas e objetos que podem estar ligados à prática esportiva
Uma antiga tumba romana foi descoberta na área de Case Rosse, nos arredores de Roma, durante escavações para a construção de um aqueduto. Localizada a quatro metros de profundidade, a tumba continha os ossos bem preservados de três homens e uma mulher. Também foram achados utensílios como pratos e jarras de cerâmica, e os restos mortais de galinhas, coelhos e cabritos, enterrados como oferendas funerárias.
Outro objeto encontrado fez com que os arqueólogos a batizassem de Tumba do Atleta: dois estrígilos, pequenos instrumentos de metal utilizados na Roma Antiga para raspar o suor e a sujeira da pele, principalmente após a prática de exercícios físicos. Apesar de ser um símbolo do esporte, o estrígil também era utilizado por não atletas após o banho e pode ser relacionado aos rituais de limpeza e morte.
Os arqueólogos acreditam que a tumba foi construída entre os anos 335 a.C. e 312 a.C.. Isso graças à análise de uma moeda de bronze, também encontrada no local, datada desse período. De um lado, a moeda traz a imagem de Minerva, deusa romana da sabedoria. Do outro, a cabeça de um cavalo e a palavra “romano”.
Surpresos com o estado de preservação dos objetos, os arqueólogos concluíram que, ao contrário da maioria das tumbas romanas, abertas mais de uma vez para receber mais corpos, a Tumba do Atleta nunca havia sido aberta. Ela teria se mantido fechada por meio de uma pedra grossa, que funcionava como um portão.
Pouco se sabe sobre os ocupantes da tumba. Dois homens, um com idade próxima dos 50 anos e outro perto dos 30 anos, foram colocados em bancos altos, nas laterais da construção. O outro homem, que tinha entre 35 e 45 anos, e a mulher, com idade desconhecida, foram postos no chão.
A qualidade dos objetos encontrados na tumba indica que as pessoas enterradas ali faziam parte de uma classe social alta, provavelmente proprietárias de terras nos arredores da região. Agora, os pesquisadores planejam estudar amostras de pólen e plantas colhidas na tumba para estudar a paisagem e a vida na região na Antiguidade.