Com um estudo mais aprofundado da arcada dentária do animal, foi possível determinar que ele pertencia a espécie Saivodus striatus — que tem cerca de 6 metros de comprimento
O Parque Nacional Mammoth Cave, em Kentucky, nos Estados Unidos, fica situado em uma região distante do oceano, mas isso não impediu que o local abrigasse diversas espécies de tubarões há 330 milhões de anos.
Pode parecer estranho, mas essa afirmação foi confirmada na semana passada, quando foram identificados os restos de aproximadamente 150 tubarões no local. Segundo os pesquisadores, essa espécie marinha viveu no final de um período geológico chamado de Mississipiano, no qual grande parte da América do Norte era coberta por oceanos. Quando eles morreram, seus restos foram envoltos em sedimentos que, eventualmente, se tornaram o calcário onde a caverna se formou.
Conforme noticiou a CNN, Rick Olson e Rick Toomey, cientistas que trabalham no parque, mapeavam uma área das cavernas quando viram os fósseis. Então, eles enviaram algumas fotos do achado para o paleontólogo John-Paul Hodnett, que é especializado em tubarões paleozoicos — período da geologia que aconteceu há 542 milhões de anos.
Além dos dentes do tubarão na foto, Hodnett também notou algo que aparentava ser uma cartilagem, o que é algo raro em fósseis desse tipo — pois, muitas vezes, ela não é preservada por ser mais macia que o osso.
A surpresa maior foi quando ele visitou o local e constatou que “na verdade, não era é um esqueleto inteiro, mas apenas partes da cabeça. E a cabeça em si é bem grande". Com um estudo mais aprofundado da arcada dentária do animal, foi possível determinar que o tubarão pertencia a espécie Saivodus striatus, que tem cerca de 6 metros de comprimento — o mesmo que um tubarão branco.
Hodnett disse que ainda está estudando os espécimes fósseis que coletou da caverna, mas que, no entanto, já foi possível aprender muito sobre eles. O paleontólogo estima que encontrou restos de 15 a 20 espécies diferentes. “Nós literalmente apenas escavamos a superfície", declarou Hodnett. "Espero que, com mais trabalho de campo, encontremos outra leva de espécimes”.