Telescópio da Nasa dá uma volta em torno do Sol a cada 6 meses
Cientistas produziram um time-lapse do céu capaz de revelar as mudanças ocorridas nos últimos 12 anos no Universo. A agência espacial norte-americana (Nasa), divulgou a novidade nesta terça-feira, 18.
O time-lapse foi realizado com mapas produzidos pelo telescópio Near-Earth Object Wide Field Infrared Survey Explorer (Neowise), da Nasa. A cada 6 meses, o telescópio completa uma volta em torno do sol tirando fotos de todas as direções.
Os mapas são produzidos através dos registros do Neowise, que, tira imagens em todas as direções. Como noticiado pela revista Galileu, até agora, o equipamento produziu 18 mapas divulgados. Dentre eles, o 19º e 20º serão lançados em março de 2023.
Esses mapas têm a localização e o brilho de centenas de milhões de objetos. A principal investigadora do Neowise, Amy Mainzer, explicou em comunicado, que os mapas auxiliam os astrônomos a entender ainda mais o universo.
“De acordo com a Nasa, cada mapa já é, por si só, um recurso tremendo para os astrônomos. Quando vistos em sequência, eles nos ajudam a entender o Universo ainda mais, revelando objetos distantes que mudaram de posição ou brilho ao longo do tempo — algo chamado de “astronomia de domínio do tempo”.
Se você sair e olhar para o céu noturno, pode parecer que nada muda, mas esse não é o caso”, explicou. “As estrelas estão brilhando e explodindo. Os asteroides estão passando zunindo. Buracos negros estão destruindo estrelas. O universo é um lugar muito ocupado e ativo”.
A missão Neowise surgiu da missão Wise, que precisou ser finalizada em 2011 depois que um componente refrigerante necessário para observações infravermelhas no espaço acabou.
A espaçonave e alguns de seus detectores infravermelhos ainda estavam funcionando, com isso, em 2013, a Nasa reaproveitou o artefato para rastrear asteroides e outros objetos próximos da Terra (Near-Earth Objects, NEOs).
Em 2020, foi lançado o CatWISE, um catálogo de objetos com 12 mapas da jornada, que foi usado para estudar anãs marrons. Nele, o modo de localizar as anãs marrons, é procurar objetos que se movem. Os cientistas encontraram cerca de 200 estrelas a 65 anos-luz do Sol, utilizando os dois mapas originais do WISE.
Além das anãs marrons, os cientistas estão realizando o monitoramento a longo prazo de quase mil protoestrelas, que são bolas de gás quente a caminho de se tornarem estrelas. Como noticiado pela revista Galileu, as descobertas ajudam na compreensão de como as estrelas se formaram e também auxiliam no entendimento de buracos negros.