O grupo extremista dominou a capital do país, gerando conflitos
Segundo informações da CNN, o Talibã afirmou na última terça-feira, 24, que "não estava mais permitindo a evacuação de afegãos", alertando aos EUA que se retirem do Afeganistão até o dia 31 deste mês, conforme combinado.
O portal de notícias informa que o anúncio foi feito logo após o presidente norte-americano, Joe Biden, declarar que pretende cumprir o prazo desde que o grupo fundamentalista não interrompa as operações de evacuação nem mesmo o acesso ao aeroporto.
O porta-voz do Talibã, Zabiullah Mujahid, declarou, em uma entrevista coletiva ocorrida na terça-feira que estrangeiros poderão sair do país, mas, o mesmo não se aplica aos afegãos.
"A estrada que leva ao aeroporto está bloqueada. Os afegãos não podem pegar essa estrada para ir ao aeroporto, mas os estrangeiros têm permissão para pegá-la até o aeroporto", disse Mujahid.
"Não estamos mais permitindo a evacuação de afegãos e também não estamos felizes com isso", prosseguiu. Os médicos e acadêmicos do Afeganistão “não deveriam deixar este país, deveriam trabalhar em suas próprias áreas de especialização”, acrescentou o porta-voz. "Eles não deveriam ir para outros países, para aqueles países ocidentais."
O caos ocorrido no Afeganistão tem como consequência a retirada das tropas norte-americanas do país, através de um 'acordo de paz' iniciado por Donald Trump em 2020. Após o ato concretizado por Joe Biden, atual presidente dos EUA, o Talibã começou a avançar no país.
O ato que representou de fato a tomada de poder se deu no último domingo, 15, quando os representantes do grupo extremista tomaram o palácio presidencial, localizado em Cabul. Isso ocorreu após o presidente do país, Ashraf Ghani, deixou o país em decorrência dos últimos acontecimentos.
Joe Biden informou que não se arrepende de ter retirado as tropas do local. "Eu mantenho com firmeza minha posição", disse o presidente durante pronunciamento exibido pela Casa Branca na última segunda-feira, 16. "Os EUA não podem participar e morrer em uma guerra em que nem o próprio Afeganistão está disposto a lutar", explica Biden.