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Notícias / Arqueologia

'Tábua de Maldição' hebraica pode ter sido peso de pesca, sugere estudo

Descoberta em 2019, 'Tábua de Maldição' abalou o mundo da arqueologia por possivelmente conter o registro mais antigo do nome hebraico de Deus

Redação Publicado em 06/12/2023, às 09h04

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Antiga 'Tábua de Maldição' encontrada em 2019 - Divulgação/ABR/Michael C. Luddeni
Antiga 'Tábua de Maldição' encontrada em 2019 - Divulgação/ABR/Michael C. Luddeni

Em 2019, arqueólogos descobriram no Monte Ebal, no norte da Cisjordânia, uma antiga tabuinha de chumbo com o que acreditaram ser o mais antigo registro escrito do nome hebraico de deus, Yahweh. Porém, análises recentes sugerem que o objeto pode ser bem diferente de uma "tábua de maldição", como vinha se pensando.

A peça de chumbo, conhecida como tabuinha do Monte Ebal, é motivo de várias controversas desde sua descoberta, divulgada em março de 2022. Isso porque aqueles que a descobriram sugeriam que ela mostrava uma escrita em uma forma antiga do alfabeto hebraico, que invocava o deus dos israelitas (Yahweh) para amaldiçoar seus inimigos. Porém, vários estudos rejeitam essas alegações desde o anúncio do achado.

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A argumentação é sustentada pelo arqueólogo Aren Maeir, da Universidade Bar-Ilan de Israel, principal autor de um dos estudos mais recentes e editor do Israel Exploration Journal. Em seu novo estudo, ele examina o relato da inscrição na tabuinha descrito em artigo publicado em maio na Heritage Science.

Conforme descrito pela Live Science, o pesquisador observou que o artigo inicial fornecia apenas imagens de tomografia de raios X da inscrição no interior do chumbo comprimido, e sua análise não revelou inscrições em idioma algum. Em vez disso, aquilo que pareciam ser letras provavelmente são apenas marcas provocadas pelo desgaste, afirma Maeir.

Pode ser que existam outras fotos e que a inscrição externa esteja de fato lá," disse o arqueólogo. "Mas pelo que sabemos, com base no que foi publicado até agora, há muitos, muitos problemas com a sua interpretação."

Outros questionamentos

Além de questionarem as inscrições no objeto, outros estudos recentes também lançam dúvidas sobre sua idade, suas origens e a finalidade. Um estudo realizado por Naama Yahalom-Mack, arqueóloga da Universidade Hebraica de Jerusalém, por exemplo, confirmou que o chumbo fora extraído de Ática, na Grécia moderna, mas exatamente quando o material foi coletado não foi confirmado.

Um terceiro estudo, realizado pelo arqueólogo Amihai Mazar, da Universidade Hebraica de Jerusalém, aponta que a tabuinha se assemelha bastante a pesos utilizados nas redes de pesca comuns à época relativa ao objeto. No caso, mesmo que o Monte Ebal seja distante do mar, redes poderiam ser usadas para pescar em água doce próxima, ou até mesmo para capturar pássaros.

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Por fim, apesar das dúvidas acerca da descoberta, o arqueólogo Scott Stripling — da Associates for Biblical Research (ABR), com sede nos EUA, e responsável pelo primeiro estudo sobre a 'tábua de maldição' — ainda diz ao Live Science que está "confiante de que há algo escrito na tábua." "É natural que outros estudiosos cheguem a pontos de vista divergentes, e estou ansioso para ler os próximos artigos no [Israel Exploration Journal]", finaliza.