Jack e Sam, ambos de 97 anos de idade, haviam se visto pela última vez em 1943
Dois sobreviventes do Holocausto, que vivenciaram juntos os horrores de um campo de concentração em Pionki, na Polônia, se reencontraram após 79 anos. O encontro se deu por acaso, durante um jantar de gala organizado pelo Memorial do Holocausto dos Estados Unidos, no mês de março.
Jack Waksal e Sam Ronse, que trabalharam forçadamente em uma mina de carvão, haviam se visto pela última vez no ano de 1943, quando Waksal conseguiu escapar do local.
Na hora eu pensei: conheço essa pessoa. Éramos como irmãos! Achei que estava sonhando. Tenho sorte de ainda estar vivo, e ele também", declarou Waksal em entrevista ao Washington Post.
Segundo informações do O Globo, o amigo inicialmente não o reconheceu. No entanto, logo notou que seu rosto era familiar. "Ele pulou da cadeira e veio correndo até mim. Começou a me abraçar e disse: 'Você é meu irmão!'", contou Ron.
"Descarregávamos carvão todos os dias. Às vezes fazíamos isso por 24 horas. Foi muito difícil" disse Waksal. "Trabalhávamos muito e havia pouca comida e higiene. Nós estávamos sempre com fome. Não era incomum acordar de manhã e alguém próximo a você estava morto", complementou o outro sobrevivente.
O campo de concentração foi desativado em 1944, de modo que os prisioneiros foram enviados para um outro local em Sachsenhausen, na Alemanha. Waksal conseguiu escapar durante a transferência e ao longo de oito meses viveu no meio de uma floresta. Já seu amigo permaneceu no novo campo de concentração até abril de 1945, quando foi enviado para uma "Marcha da Morte", a qual teve a duração de três semanas.
Conforme a fonte, no dia 2 de maio, ele acabou sendo libertado por militares do Exército dos Estados Unidos. Pouco depois, reencontrou seus pais na Polônia. Seu irmão, porém, não sobreviveu. Em 1946, família se mudou para o então território da Palestina.
Dez anos depois, já com esposa e filhos, o sobrevivente foi para Canton, Ohio, nos Estados Unidos, onde fundou uma empresa de construção. Hoje ele vive em Boca Raton, na Flórida, e tem quatro netos e uma bisneta.
Já Waksal voltou para sua aldeia natal, Jedlińsk, na Polônia, com o fim da guerra. Lá, reencontrou sua mulher e, junto a ela, se mudou para a Alemanha. Após cinco anos, o casal foi para Dayton, também em Ohio, onde Waksal passou a trabalhar na indústria automobilística. Ele teve três filhos, sete netos e cinco bisnetos e hoje vive em Bal Harbour, na Flórida.