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Sobrevivente da bomba de Hiroshima comemora aniversário de 100 anos com alunos de Etec de SP

Takashi Morita, sobrevivente da bomba atômica de Hiroshima que mora na capital paulista desde 1956, foi homenageado pela Etec que leva seu nome

Redação Publicado em 01/03/2024, às 19h23

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Takashi Morita, sobrevivente do ataque de bomba atômica em Hiroshima - Divulgação/Centro Paula Souza
Takashi Morita, sobrevivente do ataque de bomba atômica em Hiroshima - Divulgação/Centro Paula Souza

Nesta sexta-feira, 1°, um dos sobreviventes da bomba atômica que atingiu Hiroshima, no Japão, foi homenageado por estudantes e professores da Escola Técnica Estadual (Etec) de Santo Amaro, na Zona Sul de São Paulo, que leva seu nome desde 2019. Takashi Morita, que completa 100 anos neste sábado, 2, reside na capital paulista desde 1956. 

Durante a homenagem, os alunos realizaram uma série de atividades, como apresentações de dança, sarau, taikô e teatro. Conforme repercutido pelo G1, Takashi esteve na Etec ao lado de familiares e outros sobreviventes do bombardeio que residem no Brasil. 

É de suma importância os jovens alunos aprenderem sobre a importância da paz. Nosso patrono é um sobrevivente de Hiroshima e sempre ensinou um mundo de harmonia, paz e a história de superação e luta da paz mundial, principalmente agora que o mundo vive duas guerras", afirmou a professora Ana Lúcia Calaça em uma entrevista ao G1.

Sobrevivente

Takashi Morita é um hibakusha, nome dado aos sobreviventes das bombas atômicas lançadas durante a Segunda Guerra Mundial, no dia 6 de agosto de 1945. Na ocasião, ele tinha apenas 21 anos e atuava como soldado da polícia militar japonesa.

A explosão da bomba ocorreu a cerca de 1,3 quilômetros de onde Morita estava. Apesar de não sofrer sequelas graves, ele continuou vivendo em seu país natal por mais 12 anos. Durante esse período, ele recebeu um diagnóstico de leucemia em duas ocasiões e passou por tratamentos médicos.

Lembro-me como se fosse hoje. Eu estava caminhando nas ruas da cidade quando a bomba caiu. Primeiro foi um clarão, depois uma escuridão. Então começou uma chuva preta, e as pessoas que estavam queimadas abriam a boca para tomar aquela água contaminada. Eu via pessoas queimadas, dilaceradas”, relembrou Morita, em uma entrevista concedida ao G1 em 2011.

Takashi também explicou que, depois da explosão da bomba, todos os sobreviventes deixaram a cidade de Hiroshima, pois a radiação continuou se espalhando. “Mas eu fiquei durante dois dias só carregando corpos, ajudando pessoas. Nestes dois dias, não comi nem bebi nada na cidade. Tudo podia estar contaminado e me contaminar por dentro. Se a radiação entra dentro de nós, daí não tem salvação”, completou o sobrevivente.

Vida nova

Em busca de melhores oportunidades no Brasil, ele e sua esposa embarcaram com seus dois filhos em um navio com destino a São Paulo em 1956, quando ele tinha 32 anos. Após uma jornada de 42 dias, a família desembarcou no Porto de Santos e seguiu para a capital. “Me disseram que São Paulo era uma cidade alta, com um bom ar”, recordou Takashi durante a conversa.

Em 2019, ele foi homenageado pelo estado de São Paulo por sua luta contra a radiação, e como um reconhecimento, a Etec de Santo Amaro foi renomeada para Etec Takashi Morita.