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Notícias / Reino Unido

'Seahenge': Estrutura de 4 mil anos no Reino Unido pode ter sido desvendada

Pesquisadores estimam que estrutura misteriosa de madeira foi construída em uma praia do Reino Unido na primavera de 2.049 a.C.

Redação Publicado em 04/06/2024, às 18h01 - Atualizado em 07/06/2024, às 15h03

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Estrutura misteriosa decodificada no Reino Unido - Picture Esk
Estrutura misteriosa decodificada no Reino Unido - Picture Esk

Um círculo de madeira de 4.000 anos, encontrado em uma praia de Norfolk, na Inglaterra, e apelidado de 'Seahenge', foi elaborado após uma época de extrema degradação climática no final do terceiro milênio a.C., aponta um novo estudo.

A estrutura foi revelada pela primeira vez em 1998 pelas areias movediças de Holme-next-the-Sea, na costa norte de Norfolk. Consiste em um toco de árvore invertido cercado por 55 postes de carvalho bem ajustados, originalmente construídos em um pântano, longe do mar. Pesquisadores estimam que a madeira usada data de 2.049 a.C.

A estrutura foi posicionada de forma a ser protegida do mar por dunas e lodaçais. Além disso, uma camada de turfa cobriu as madeiras, preservando-as da decomposição ao longo dos milênios. Além dela, há um segundo anel adjacente, centrado em dois troncos de carvalho planos, datado do mesmo período.

Pesquisas anteriores sugeriam que as estruturas poderiam ter sido erigidas para marcar a morte de um indivíduo  ou quando os corpos eram deixados para serem consumidos por aves carniceiras.

Agora, um novo estudo indica que Seahenge e o círculo adjacente podem ter sido construídos durante um período climático extremamente frio, como um ritual para prolongar o verão e trazer de volta um clima mais quente.

“A datação das madeiras de Seahenge mostrou que elas foram derrubadas na primavera, e é provável que estivessem alinhadas com o nascer do sol no solstício de verão”, disse o arqueólogo David Nance, da Universidade de Aberdeen. “Sabemos que há 4.000 anos houve um período prolongado de diminuição das temperaturas atmosféricas, invernos rigorosos e primaveras tardias, o que colocou estas primeiras sociedades costeiras sob estresse”, acrescentou.

Teorias

Segundo o Independent, o alinhamento do Seahenge com o nascer do sol no solstício de verão sugere que ele imitava uma história presente no folclore, na qual um cuco sem penas continuava cantando para prolongar o verão.

Os arqueólogos suspeitam que a estrutura imita as habitações de inverno do cuco, mencionadas no folclore – uma árvore oca ou “os caramanchões do Outro Mundo” representados pelo toco de carvalho invertido no centro.

“O solstício de verão foi a data em que, segundo o folclore, o cuco, simbolizando a fertilidade, parava tradicionalmente de cantar, retornava ao Outro Mundo e levava o verão junto”, explicou o Dr. Nance. “O ritual é lembrado no 'mito do cuco reprimido', onde um cuco ainda não desenvolvido era colocado em um arbusto espinhoso e 'emparedado' para prolongar o verão, mas sempre voava para longe”, disse ele.

A outra estrutura, segundo o Dr. Nance, aponta para lendas de “reis sagrados” que eram sacrificados se infortúnios caíssem sobre a comunidade. “As evidências sugerem que eles eram sacrificados ritualmente a cada oito anos no Samhain (agora Halloween), coincidente com o ciclo de oito anos de Vênus”, disse ele.

Ambos os monumentos são melhor explicados como tendo diferentes funções e rituais associados, mas com uma intenção comum: acabar com o clima extremamente frio”, concluiu o Dr. Nance.