Pesquisadores reencontram sapo da espécie Alsodes vittatus, nativo de florestas chilenas, e alertam para o risco de extinção
Uma espécie de sapo nativa de florestas chilenas, o Alsodes vittatus, considerada "desaparecida" por mais de 132 anos, foi redescoberta por pesquisadores da Universidade de Concepción, no Chile. O grupo identificou duas populações da espécie na região de Araucanía, um marco importante para a conservação da biodiversidade local. A novidade foi descrita em um artigo publicado na revista científica ZooKeys.
O sapo foi descoberto pela primeira vez em 1893 pelo entomologista francês Philibert Germain, mas sua descrição oficial só foi registrada em 1902 pelo naturalista alemão Rodulfo Amando Philippi. Desde então, a espécie não foi mais observada, apesar das diversas expedições de busca realizadas ao longo dos anos.
Um dos principais desafios para os pesquisadores era determinar com precisão o local onde Germain havia registrado a espécie, já que a propriedade onde o sapo foi encontrado era significativamente maior na época. Para contornar esse obstáculo, a equipe se dedicou a analisar documentos históricos e reconstruir o possível trajeto percorrido pelo entomologista.
As expedições realizadas entre 2023 e 2024 finalmente renderam frutos, com a descoberta de duas populações de A. vittatus na região de Araucanía. A redescoberta da espécie permitiu aos pesquisadores obter os primeiros dados biológicos e ecológicos sobre o animal, mais de um século após sua descrição.
No entanto, as observações de campo também indicam que o A. vittatus enfrenta diversas ameaças significativas e pode ser considerado ameaçado de extinção. A IUCN, organização internacional que reúne informações sobre espécies ameaçadas, classifica as informações sobre a espécie como "insuficientes", e não há uma estimativa precisa de sua população.
Segundo a 'Revista Galileu', a redescoberta do A. vittatus destaca a necessidade de atenção para outras espécies com dados escassos, e ressalta a importância de compreender melhor seus habitats e comportamentos para garantir sua preservação.
"Em um contexto mais amplo, esta redescoberta demonstra o limitado conhecimento biológico, evolutivo e biogeográfico dos anfíbios que habitam o cone sul da América do Sul, enfatizando a urgência de seu estudo e conservação", afirmaram os pesquisadores no artigo.