O caso está sendo investigado pela Polícia Civil da região, que busca identificar a autoria do crime de preconceito
Nos últimos dias, as ruas de condomínios da Barra da Tijuca foram preenchidas por misteriosos panfletos com dizeres antissemitas. Agora, a Polícia Civil da região, através da 16ª DP (Barra da Tijuca), instaurou um inquérito para investigar o crime, que teria sido motivado por preconceito de religião, raça, cor, etnia ou procedência nacional.
Por enquanto, a polícia tenta encontrar os responsáveis por imprimir e distribuir os panfletos pelas ruas. Para isso, segundo a CNN, os oficiais buscam por imagens de segurança que possam indicar quem teria espalhado os papéis com os dizeres “judeus acumuladores compulsivos de ouro diamante e dólares” pela região.
“O que podemos observar é que com a polarização política, aumentou o extremismo, e isso causa um ambiente propício ao aparecimento e fortalecimento de grupos racistas, intolerância religiosa, antissemitas, e até grupos nazistas”, narrou Alberto David Klein, o presidente da Federação Israelita do Estado do Rio (Fierj), em entrevista à CNN.
Polícia apura ofensas a judeus em panfletos jogados em ruas de condomínios da Barra da Tijuca: "A polarização tem levado ao extremismo, ao racismo, ao anti-semitismo" https://t.co/k5vwL8Fr6Dpic.twitter.com/YropE99VDH
— Cecília Olliveira (@Cecillia) August 9, 2021
Na opinião de Klein, o antissemitismo no Brasil tem aumentado bastante nos últimos meses, mas as agreções poderiam ser direcionadas contra qualquer outra minoria. “A discriminação hoje é contra os judeus, amanhã, com certeza será contra outra minoria. É inadmissível nos dias de hoje, o racismo, o preconceito, a intolerância religiosa”, disse.
Dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos comprovam que, em 2021, as violações em relação ao judaísmo (que totalizam 272) aumentaram mais de quatro vezes quando comparadas com as do segundo semestre do ano passado (62).