“Trono de Cangalha”, de Aroldo Veiga, mescla fatos históricos e narrativa ficcional de anti-herói inspirado em Lampião
Recém-lançada pelo escritor sergipano Aroldo Veiga, a obra “Trono de Cangalha” é ambientada no cangaço brasileiro entre as décadas de 60 a 80. Neste livro, o protagonista é uma espécie de anti-herói, inspirado em Lampiãoe em outros personagens históricos daquela época.
A trama conta a história de Laércio Ramalho, um rapaz nascido na caatinga, que já na fase adulta muda-se para a zona urbana e passa a lutar como seus antepassados. Embora o cangaço seja retratado de maneira subjetiva, no decorrer da obra é possível se deparar com algumas referências.
Jesuíno Brilhante, Lampião, Corisco e Dadásão alguns dos personagens históricos citados no livro, como forma de inspiração do protagonista. Outros fatos históricos abordados nesta ficção são o AI-5 e a Guerrilha do Araguaia.
A partir de uma crítica-social, esta obra mescla amor, coragem, rebeldia e suspense, na mesma medida que aborda a nobreza dos valores humanos e os instintos primordiais de sobrevivência.
Disponível na Amazon em formato Kindle, “Trono de Cangalha” possui uma escrita fluida e uma linguagem envolvente, com palavras inusitadas, se comparadas ao vocabulário contemporâneo.
Confira abaixo um trecho de “Trono de Cangalha” (2021):
Para alguns, é sina; para outros, azar. Há quem diga que é castigo, pecado, carma, ou apenas uma questão de predestinação. Enfim, dizem um monte de coisas, inclusive que o nosso futuro está escrito nas estrelas, relacionado com uma ordem cósmica na qual, sinceramente, também nunca acreditei. Para mim, o destino de um homem é traçado a cada decisão tomada, a cada pequena escolha feita no dia a dia. E no que se refere às estrelas... Bem, garanto que não há ordem cósmica capaz de resistir a uma boa dose de ousadia.
Nasci em Cansanção, um pequeno município do sertão baiano. Tive uma infância difícil, conturbada, embora intercalada com períodos de amor e brincadeiras. Muito poderia ser dito aqui a respeito da minha meninice; coisas belas e edificantes, algumas até poéticas. Mas o fato é que as experiências que compõem a minha personalidade têm muito pouco de poesia.