O general Charles Gudin, morto em 1812, era respeitado pelas tropas e por seu líder.
Uma equipe de arqueólogos franceses e russos afirmou ter encontrado os restos mortais do general Charles Etienne Gudin durante uma escavação na cidade russa de Smolensk, a 400 quilômetros de Moscou.
O general, cujo nome está inscrito no Arco do Triunfo em Paris, teria morrido em 22 de agosto de 1812, aos 44 anos, após ser atingido por uma bala de canhão durante a invasão de Napoleão à Rússia. Seus restos mortais foram encontrados em um parque, sob as fundações de uma pista de dança em Smolensk.
General poderoso
Registros históricos indicam que as lesões de Gudin no campo de batalha levaram à amputação de sua perna esquerda e a danos adicionais na perna direita. Os restos mortais são consistentes com esses ferimentos, e os arqueólogos acreditam com um alto grau de probabilidade que encontraram o veterano das guerras napoleônicas.
Gudin era um general respeitado pelas tropas e pelo seu líder. Um busto de sua imagem reside no Palácio de Versalhes, e uma rua de Paris leva seu nome. Após a morte, seu coração foi enviado a Paris para ser guardado na capela do cemitério Pere Lachaise.
Para o historiador e arqueólogo francês Pierre Malinovsky, a descoberta foi a culminação de uma longa busca. "Esse é um momento histórico não só para mim, mas também para os dois países", disse Malinovsky sobre a atuação da França e Rússia no processo. "Napoleão foi uma das últimas pessoas a vê-lo vivo, o que é muito importante, e ele é o primeiro general do período napoleônico que encontramos".
Para a sociedade histórica militar russa, também envolvida na escavação, a confirmação da descoberta seria sensacional. "É possível que tenhamos de identificar os restos mortais com o auxílio de um teste de DNA que pode levar de vários meses a um ano", afirmaram eles. "Os descendentes do general estão acompanhando as notícias."