Com mais de 15 mil anos, gravuras encontradas na Alemanha possuem as mais antigas representações de pesca já encontradas
Publicado em 11/11/2024, às 16h00
Localizado na cidade de Neuwied, na Alemanha, o sítio arqueológico de Gönnersdorf é um importante local onde arqueólogos encontraram um assentamento da fase final da última era glacial, há cerca de 15,5 mil anos. E agora arqueólogos acreditam ter encontrado por lá a mais antiga representação de pesca conhecida.
Descoberto em 1968, Gönnersdorf foi palco de uma série de descobertas sobre os humanos que viveram naquela época. Essas gravuras foram encontradas em placas de pedra de xisto desenterradas na área, e o estudo da representação foi publicado na revista PLOS One.
Conforme repercute a Revista Galileu, logo quando foi encontrado, o sítio de Gönnersdorf revelou uma variedade de vestígios de um antigo assentamento, que permaneceu protegido por uma camada de pedra-pomes provenientes de erupção vulcânica. Por isso, vários vestígios foram preservados, e a localidade ficou conhecida pelas centenas de gravuras de mulheres humanas estilizadas que revelou.
Já foram encontradas várias habitações pela área, e um total de mais de 81 mil artefatos de pedra, além de estatuetas, ferramentas, peças de armas, joias e objetos artísticos, feitos também em marfim e osso.
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Em escavações mais recentes, pesquisadores encontraram uma gravura com desenhos em forma de grade, que podem representar, segundo comunicado da Universidade de Durham, na Inglaterra, redes ou armadilhas de pesca. "Ao estudar a natureza das marcas de corte que formam as gravuras, a pesquisa está começando a identificar artistas individuais e seus 'estilos' particulares", acrescenta em declaração o Centro Leibniz de Arqueologia.
Com essas novas observações, ainda segundo a declaração, novos vislumbres das práticas sociais de caçadores-coletores do Paleolítico Superior Tardio são fornecidos. O estudo publicado na PLOS One também sugere que a pesca, no período entre 20 mil e 14,5 mil anos atrás, pode ter tido um significado simbólico próprio.
"Essas descobertas expandem o repertório conhecido da arte da Idade do Gelo e oferecem deslumbres notáveis sobre as práticas simbólicas e sociais das primeiras sociedades de caçadores-coletores", conclui o comunicado da Universidade de Durham.