O animal encalhou quando tinha poucos dias de vida e foi solto na última quarta-feira, 31
Com 5 anos e 10 meses de idade, o peixe-boi-marinho chamado Gabriel, que pesa 364,5 kg e tem 2,62 metros de comprimento, finalmente está livre na natureza. Quando era apenas um filhote resgatado de encalhe, poucos dias após seu nascimento, o projeto Cetáceos da Costa Branca, da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (Uern), cuidou de sua reabilitação.
Na última quarta-feira, 31, Gabriel foi o protagonista da primeira soltura de um peixe-boi registrada no estado. Atualmente, outros 18 peixes-boi da mesma espécie estão em processo de reabilitação nos centros do projeto Cetáceos da Costa Branca.
A expectativa é que, ao longo dos próximos anos, assim como Gabriel, mais peixes-boi possam voltar ao seu habitat natural. Segundo os pesquisadores, essa espécie é uma das mais ameaçadas de extinção entre os mamíferos aquáticos do Brasil, de acordo com o G1. O projeto informou:
No passado foi vítima da caça e, atualmente, sofre com a perda e alteração de habitat pela degradação de áreas costeiras, ingestão de resíduos sólidos e colisão com embarcação motorizada, sendo as causas de origem antrópica (humana) as de maior relevância à espécie". "A alteração do ambiente natural costeiro também contribui com a separação da mãe e filhote durante a fase de cuidado parental, ocasionando o encalhe de animais recém-nascidos".
Gabrielencalhou na Praia de Quixaba, no município de Aracati, Ceará, em 12 de julho de 2017, quando tinha apenas alguns dias de vida. Ele foi resgatado pela equipe da Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis) e, após uma série de exames, foi colocado em um recinto de quarentena com água salgada.
Dias depois, o animal foi transferido para o Centro de Reabilitação de Fauna Marinha do projeto Cetáceos da Costa Branca, localizado na praia de Upanema, no município de Areia Branca, no Oeste potiguar, onde começou o processo de reabilitação em cativeiro.
Durante esse período, Gabriel recebeu cuidados veterinários, passou por exames de rotina e foi alimentado. O animal também recebeu um dispositivo que permite que os pesquisadores o monitorem remotamente através de sinais VHF e satélite.