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Notícias / Fortaleza

Projeto de usina causa briga entre operadoras e pode deixar o Brasil sem internet

A obra está prevista para acontecer em Fortaleza, e está causando embates entre operadoras de telefonia; entenda!

Redação Publicado em 29/09/2023, às 14h50 - Atualizado às 14h58

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Submarino de fibra ótica em Sines, Portugal, que abastece operadoras brasileiras - Divulgação/EllaLink
Submarino de fibra ótica em Sines, Portugal, que abastece operadoras brasileiras - Divulgação/EllaLink

A Praia do Futuro, um dos destinos mais populares em Fortaleza, esconde uma disputa crucial que afeta não apenas os frequentadores da praia, mas todo o Brasil. Sob a tranquila superfície do mar, está ocorrendo um embate significativo entre dois interesses vitais: a conectividade da internet em todo o país e o fornecimento de água para os habitantes do Ceará.

O governo estadual apoia a construção de uma usina que converterá água do mar em água potável, o que é crucial para garantir o abastecimento de água à população cearense. No entanto, as empresas de telecomunicações estão preocupadas que essa infraestrutura possa causar danos aos cabos submarinos que fornecem serviços de internet.

Fortaleza é pioneira no Brasil ao receber cabos de fibra ótica europeus, proporcionando uma conexão de internet rápida e eficaz. Isso se deve à sua localização privilegiada, situada a aproximadamente seis mil quilômetros da Europa. A partir de Fortaleza, esses cabos se estendem para o Rio de Janeiro e São Paulo, desempenhando um papel fundamental no tráfego de dados, sendo responsáveis por 99% dele, segundo a Anatel.

O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, destacou na última quarta, 27: "O Ceará, em especial a cidade de Fortaleza, é que garante a interconexão do Brasil com o resto do mundo”.

Brasil sem internet?

Qualquer dano aos cabos submarinos poderia resultar em uma interrupção completa da conectividade de internet em todo o país, ou, no mínimo, em uma conexão significativamente mais lenta.

Para mitigar esse risco, a Anatel emitiu uma recomendação contrária à implementação do projeto da usina de dessalinização, o que causou um atraso considerável em seu cronograma. Inicialmente prevista para iniciar as operações em 2025, a entrega da usina agora deve ser adiada em pelo menos seis meses, segundo o G1.

O projeto da usina de dessalinização é liderado pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) e busca aumentar em 12% o fornecimento de água na região metropolitana de Fortaleza. O Consórcio Águas de Fortaleza venceu o edital para a realização do projeto, com um investimento estimado em R$ 3,2 bilhões.