Em um estudo, pesquisadores estudaram 25 macacos vervet, que se adaptavam em zonas florestais devastadas por incêndios
Por muitos anos, cientistas debatem para saber como os ancestrais humanos fizeram o fogo e aprenderam a controlar as chamas. Pensando nisso, um grupo de pesquisadores realizou um estudo com primatas modernos, publicado este mês de agosto no Journal of Evolution.
A pesquisa investigou o comportamento dos primatas, segundo informações da Smithsonian Magazine. A publicação conta que foram analisados 25 macacos vervet (Chlorocebus pygerythrus) da Reserva Natural Loskop Dam, da África do Sul, antes, durante e depois de incêndios florestais.
Os pesquisadores notaram que os primatas tinham conhecimento de que na savana queimada eles teriam menos contato com predadores, como leopardos e outros animais carnívoros. Visto que os macacos vervet usavam das chamas como "estratégia", isso revelou que é possível que os hominídeos antigos também se beneficiassem do mesmo modo.
Os cientistas acreditam que os ancestrais humanos se aventuraram inicialmente em pastagens sujeitas a incêndios, pelo menos em parte, para evitar predadores. Tal fato explica porque os hominídeos começaram a dominar o fogo: eles viam os incêndios naturais com frequência e puderam observar as labaredas para aprender mais sobre elas.
Essa hipótese vai de encontro com a teoria dos primatas pirofílicos, que diz que os hominídeos enfrentaram incêndios florestais frequentes há 2 ou 3 milhões de anos. Os ancestrais humanos então se adaptaram às condições das queimadas, levando em conta que elas eram zonas mais seguras e com recursos alimentares ocultos como sementes e tubérculos.