Tesouro encontrado na cidade de Notion, no oeste da Turquia, teria sido enterrado por soldado mercenário no final do século 5 a.C.
Arqueólogos desenterraram um pote cheio de moedas de ouro na cidade de Notion, no oeste da Turquia. O tesouro foi encontrado em um quarto escondido dentro dos restos de uma casa e foi datado em cerca de 2.400 anos.
A teoria apresentada pelos pesquisadores sugere que um soldado mercenário enterrou suas economias no final do século V a.C. Ele teria cavado um buraco no chão de seus modestos aposentos, colocado um pequeno jarro, conhecido como olpe, cheio de moedas de ouro daricos — cada uma equivalente a um mês de pagamento — e coberto o jarro com terra. No entanto, o soldado nunca recuperou sua riqueza.
O arqueólogo Christopher Ratté, professor da Universidade de Michigan e líder da escavação, comentou ao The New York Times: "Na verdade, não estávamos procurando um pote de ouro”. Ele explicou que a descoberta de um achado tão valioso em uma escavação arqueológica é muito rara.
Ninguém enterra um tesouro de moedas, especialmente moedas de metal precioso, sem a intenção de recuperá-lo. Então, apenas a mais grave desventura pode explicar a preservação de tal tesouro”, disse ao Archaeology News.
As moedas, que eram emitidas pelo Império Persa, com a figura de um arqueiro ajoelhado, foram provavelmente foram feitas em Sardis, a cerca de 96 quilômetros de Notion, capital do governante local persa da Lídia.
De acordo com o New York Times, o design dos daricos permaneceu consistente do final do século VI a.C. até a conquista persa por Alexandre, o Grande, no ano de 330 a.C.
O contexto histórico indica que as moedas foram enterradas durante um período de turbulência política entre 430 e 427 a.C., quando Notion estava em disputa entre persas e gregos. O general ateniense Paches estava eliminando mercenários pró-persas, o que pode ter forçado o enterro das moedas, levando à expulsão dos simpatizantes persas e à reorganização da cidade sob controle ateniense.
Segundo os pesquisadores, as moedas foram levadas para o Museu Arqueológico de Éfeso em Selçuk, na Turquia, onde estão atualmente.