Esquema de fraudes era chamado de 'O Lobo de Wall Street', em referência ao clássico filme de Martin Scorsese
Na última segunda-feira, 6, a Polícia Civil de Portugal prendeu uma quadrilha internacional especializada na aplicação de golpes financeiros contra brasileiros. A operação foi batizada de "Difusão Vermelha" e, inicialmente, uma portuguesa e três brasileiros foram detidos em Lisboa.
Segundo informações do jornal Folha de São Paulo, o esquema de fraudes era chamado de "O Lobo de Wall Street", em referência ao clássico filme de Martin Scorsese, em que Jordan Belfort, interpretado por Leonardo DiCaprio, fica rico com investimentos irregulares e vive uma vida de luxo.
No caso da versão investigada pela polícia, os criminosos usavam uma empresa de fachada, que vendia aplicações na bolsa de valores através de agências irregulares. Assim, os envolvidos ligavam para inúmeras pessoas e ofereciam grandes ofertas de lucros para os potenciais clientes.
Em nota, a Polícia Civil informou mais detalhes sobre o esquema:
As vítimas enganadas passavam a investir nas ações indicadas pelos criminosos, mas diferentemente do prometido, sempre perdiam tudo investido. Tomados pelo desespero das perdas, eram incentivados a fazer novos investimentos com esperança de reverter o prejuízo. Ocorre que os novos investimentos também geravam outras perdas, alimentando uma bola de neve".
Eles acrescentaram que, para o negócio parecer legítimo e confiável, os golpistas criaram sites com empresas fictícias, sendo elas: Paxton Trade, 555 Markets, ZetaTraders, Glastrox e Ventus Inc.
Esses websites eram muito bem montados, dando a impressão de serem empresas idôneas. As vítimas faziam cadastros nessas páginas e depois usavam um aplicativo para poder fazer os supostos investimentos".
Conforme noticiado pelo O Globo, as autoridades descobriram nas investigações que o líder da organização criminosa era da República Tcheca, mas residia em Portugal. Além disso, todos os participantes se inspiraram nos acontecimentos do filme de Scorsese para realizarem os golpes.
A investigação obteve diversas provas do ambiente sociopático existente dentro da empresa. Nos grupos de WhatsApp, 'gerentes' incentivavam os 'vendedores' a verem o filme e eram sistematicamente induzidos ao mesmo comportamento. O lema da companhia era: 'Pensem em vocês e em suas famílias, esqueçam as vítimas'", disseram os agentes de segurança em nota.