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Notícias / Ciência

Pode não haver volta para o meio ambiente, lamentam cientistas

Segundo novo artigo, a humanidade está “quase condenada” por atitudes que teriam causado as intensas mudanças climáticas

Pamela Malva Publicado em 27/04/2021, às 16h00 - Atualizado às 16h59

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Imagem meramente ilustrativa de lixo no mar - Divulgação/Marinha do Brasil
Imagem meramente ilustrativa de lixo no mar - Divulgação/Marinha do Brasil

Em um novo estudo publicado na revista Frontiers in Conservation Science, cientistas da Universidade Flinders, na Austrália, afirmaram que a humanidade pode encontrar um “futuro medonho” no planeta Terra, causado pelas nossas próprias atitudes.

De acordo com os estudiosos, as mudanças climáticas e perdas de biodiversidade causadas pelo ser humano se mostram cada vez mais irreversíveis e as consequências dos danos que causamos no mundo podem ser mais permanentes do que parecem.

Em resumo, a humanidade está “quase condenada”. Dessa forma, caso as pessoas não criem consciência do estado crítico em que a natureza se encontra, podemos chegar a um estado de extinção em massa, ou até no fim da nossa espécie.

“A humanidade está causando uma rápida perda de biodiversidade e, com ela, a capacidade da Terra de sustentar vidas complexas”, explicou o ecologista Corey Bradshaw, principal autor do estudo, citando estilos de vida como o dos humanos.

Pensando nisso, os cientistas sugerem que líderes mundiais criem ações efetivas a fim de evitar ao máximo esse destino, que, hoje, parece inevitável. “O mainstream está tendo dificuldade em compreender a magnitude dessa perda, apesar da erosão constante da estrutura da civilização humana”, lamentou Corey.

Imagem meramente ilustrativa de fábricas / Crédito: Divulgação

Culpa nossa

Na opinião do ecologista e de sua equipe, nós somos os principais responsáveis pela situação na qual o planeta se encontra hoje. “O problema é agravado pela ignorância e pelo interesse próprio de curto prazo, com a busca por riquezas e interesses políticos atrapalhando a ação que é crucial para a sobrevivência”, comentou o cientista.

Ao não colocarmos a questão ambiental como prioridade, então, geramos ainda mais obstáculos para a nossa sobrevivência. Nesse sentido, para o professor Paul Ehrlich, da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, nenhum líder, sistema econômico ou político está preparado para o futuro que devemos enfrentar em breve.

“Parar a perda de biodiversidade está longe de estar no topo das prioridades de qualquer país, ficando muito atrás de outras preocupações como emprego, saúde, crescimento econômico ou estabilidade monetária”, pontuou o co-autor do estudo.

Por fim, segundo Dan Blumstein, professor da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), a continuação da humanidade depende de uma mudança drástica e urgente de atitude. “Quando compreendermos totalmente o impacto da deterioração ecológica, será tarde demais”, lamentou, pontuando que o consumo sustentável pode ser uma solução.