Religioso foi condenado pela Justiça de Pernambuco devido à publicação de vídeos com discurso de ódio em suas redes sociais
A Justiça de Pernambuco condenou o pastor Aijalon Berto Florêncio a pagar uma indenização de R$ 100 mil por danos morais coletivos e a cumprir pena em regime aberto, devido a um discurso de ódio que proferiu em redes sociais contra religiões de matrizes africanas.
A defesa do pastor anunciou sua intenção de recorrer da decisão, argumentando que o valor da indenização foi considerado excessivo.
De acordo com o portal de notícias UOL, a quantia resultante da indenização será direcionada para iniciativas de combate ao preconceito contra as religiões afro-brasileiras. A sentença condenatória foi emitida pela juíza Ana Cecília Toscano VieiraPinto, da Vara Criminal de Igarassu (PE).
Além da indenização, o pastor foi condenado a uma pena de 2 anos e 6 meses de reclusão em regime aberto, com o acréscimo de 100 dias-multa, totalizando R$ 3,6 mil em multas. Assim, o valor total a ser pago por Florêncio é de R$ 103,6 mil. A sentença foi anunciada em 11 de setembro.
O pastor chegou a ser detido por cinco meses, de abril a setembro, devido à sua recusa em cumprir ordens judiciais para remover conteúdos ofensivos e de ódio de suas redes sociais. Em abril, a Justiça autorizou uma busca e apreensão em sua residência, a quebra do sigilo telefônico e a exclusão de um novo perfil criado por ele no Instagram.
A denúncia do Ministério Público Estadual foi motivada por solicitações de membros de religiões de matrizes africanas para a remoção de um vídeo em que o pastor descreveu o painel artístico "Do Orun ao Aiye: Afrika Elementar", instalado no Túnel da Abolição, no Recife, em 2021, como uma "reverência a entidades satânicas".
No vídeo, publicado em 24 de julho de 2021, Aijalon associou as religiões afro-brasileiras, sacerdotes e fiéis a termos como demônios, feitiçaria, répteis, animais abomináveis, demoníacos, malignos, satânicos e nefastos, sugerindo que eles pretendiam escravizar.