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Papa Francisco pede que bispos recusem seminaristas gays: 'excesso de bichas'

Papa Francisco teria usado expressão ofensiva para se referir a homens homossexuais em reunião a portas fechadas no Vaticano

Éric Moreira
por Éric Moreira

Publicado em 28/05/2024, às 10h35

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Papa Francisco - Getty Images
Papa Francisco - Getty Images

Nesta semana, veículos de mídia italianos chamaram a atenção para um comentário ofensivo e homofóbico vindo do papa Francisco, realizado em reunião a portas fechadas no Vaticano na última semana. Na ocasião, o pontífice teria pedido a bispos italianos que não aceitassem seminaristas gays, alegando haver um "excesso de bichas" nesses meios religiosos.

Segundo o The Guardian, o papa, que hoje está com 87 anos, fez a observação em reunião com outros bispos em Roma, onde o foco da discussão seria se homens assumidamente homossexuais deveriam ser admitidos ou não em seminários católicos, onde novos padres são treinados. A conversa ocorreu na Conferência Episcopal Italiana, e foi confirmada por diferentes fontes presentes.

Quando questionado sobre o que deveria ser feito, então, o papa reforçou sua objeção à admissão de homens gays como padres, alegando que, embora fosse importante abraçar a todos, seria possível que padres gays tomassem uma vida dupla. Foi em seguida que ele usou o termo "frociaggine", uma palavra ofensiva em italiano que poderia ser traduzida como "bicha", para dizer que já havia um "excesso de bichas" em alguns seminários.

Logo após a polêmica fala, aqueles presentes na conversa e ao redor do papa ficaram surpresos e perplexos com a expressão utilizada por ele. Porém, conforme disse um bispo ao veículo italiano Corriere della Sera, aparentemente o pontífice não tinha noção de que aquele era um termo ofensivo — vale lembrar que o papa Francisco é argentino, e sua língua materna não é o italiano.

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Inclusão?

Nos últimos anos, o tempo de Francisco como papa já é lembrado como um dos mais inclusivos e receptivos a homossexuais que já vigorou na Igreja Católica; porém, ainda existem ressalvas.

Especificamente sobre a admissão de homens assumidamente homossexuais em seminários, em novembro foi decidido em uma reunião entre bispos que, sim, eles poderiam ser admitidos, desde que não praticassem sua sexualidade; porém, esta medida foi impedida pelo papa recentemente.

Mas desde 2013, quando foi eleito papa, Francisco vem procurando adotar um tom mais inclusivo com a comunidade LGBTQIAP+, falando sobre a importância de a igreja acolher estas pessoas sem distinção, e também alegando que não era ninguém para julgar a existência de padres gays.

Em dezembro do ano passado, ele também aprovou uma decisão que permite que padres abençoem casais não casados e do mesmo sexo, o que representou uma grande mudança na Igreja Católica. Porém, ele foi enfático que isso não seria autorização para o matrimônio, apenas para bênçãos, contanto também que fora de cultos religiosos.