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Papa compara bruxaria a uso de drogas em discurso na África

Em fala na República Democrática do Congo, Francisco pediu aos jovens que evitassem “o ocultismo e a bruxaria” e se envolveu em breve polêmica política

Eduardo Lima, sob supervisão de Wallacy Ferrari Publicado em 02/02/2023, às 13h41

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Papa Francisco discursando na Suécia - Michael Campanella/Getty
Papa Francisco discursando na Suécia - Michael Campanella/Getty

O papa Francisco discursou, nesta quinta-feira, 2, para cerca de 65 mil jovens em Kinshasa, capital da República Democrática do Congo. Durante sua fala, o pontífice romano pediu que seus ouvintes evitassem “o ocultismo e a bruxaria”, e acabou comparando essas práticas ao uso de drogas. As informações são do UOL.

A comparação do papa se deu em cima da dependência que tanto a droga quanto a bruxaria provocariam.Francisco disse:

Pensem na droga: você se esconde dos outros, da vida de verdade, para se sentir onipotente, e no fim das contas você se vê privado de tudo. Mas pensem também na dependência do ocultismo e da bruxaria, que te fecham nas mordidas do medo, da vingança e da raiva"

No discurso, o papa enfatizou a ideia de que, por mais tentadoras que as “escolhas individualistas” possam parecer, elas só deixam “um grande vazio dentro”.

Polêmica política

Seguindo seu discurso, o líder supremo católico fez apelos contra o egoísmo, o tribalismo e a corrupção, dizendo:

Se alguém prometer favores e riquezas, não caiam na armadilha, não se deixem engolir pelo pântano do mal"

Depois que o papa falou contra a corrupção, o público jovem começou a se manifestar com coros e gritos contra o presidente Félix Tshisekedi, que vai tentar a reeleição no final do ano. 

O padre congolês que estava traduzindo o discurso explicou para Francisco que o público estava falando de “questões políticas” e pediu que os jovens parassem com os protestos.

Turnê africana

O papa Francisco chegou na República Democrática do Congo na última terça-feira, 31, e tem feito discursos contra a exploração do continente africano e em defesa da paz. Ele fica em Kinshasa até amanhã, 3. Depois disso, vai partir para o Sudão do Sul, país que vive mergulhado em violência política e conflitos étnicos desde sua independência, em 2011.