Alexander Kraichik foi condenado a 13 anos de prisão por "alta traição" após doar 50 euros (cerca de R$ 305) ao exército ucraniano
Um homem russo foi condenado a 13 anos de prisão por "alta traição" após doar 50 euros (cerca de R$ 305) ao exército ucraniano, informou a agência Ria Novosti.
O tribunal de Moscou declarou Alexander Kraichik, de 34 anos, culpado de apoiar financeiramente um "Estado estrangeiro" com base em "ódio político e ideológico". A sentença foi proferida em 1º de novembro e o veredito anunciado nesta sexta-feira, 8.
Segundo o tribunal, Kraichik fez a transferência para uma conta bancária alemã do exército ucraniano dois dias após o início da ofensiva russa na Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.
De acordo com o grupo de direitos humanos Memorial, classificado como "agente estrangeiro" e banido na Rússia, Kraichik foi preso em 2023, pouco antes de tentar deixar o país rumo à Turquia, após seu telefone ser apreendido por agentes do Serviço Federal de Segurança (FSB).
Em agosto, outra cidadã, Ksenia Karelina, uma bailarina russo-americana de 32 anos, foi sentenciada a 12 anos de prisão por uma doação de 50 dólares a uma organização ucraniana. Ela foi detida na Rússia enquanto visitava sua família, repercute a AFP.
A residente de Los Angeles confessou-se culpada em um julgamento fechado em Yekaterinburg, conduzido pelo mesmo tribunal que sentenciou o jornalista do Wall Street Journal Evan Gershkovich.
Segundo o tribunal, os investigadores descobriram que Karelina tinha, em 24 de fevereiro de 2022, "transferido fundos no interesse de uma organização ucraniana, que foram posteriormente utilizados para a compra de artigos táticos médicos, equipamentos, meios de derrota e munições pelas Forças Armadas da Ucrânia".
Desde a invasão em grande escala da Ucrânia, as autoridades russas abriram dezenas de processos de "traição" contra pessoas acusadas de apoiar o país vizinho, resultando em longas penas de prisão.
As acusações incluem incêndio criminoso e sabotagem em instalações militares e infraestruturas russas, além de fornecimento de informações sobre bases do exército russo e envio de fundos a grupos que apoiam Kiev.