Meses depois da trágica morte do garoto de quatro anos, o pontífice pediu que Leniel "não se deixe contaminar pelo ódio"
No dia 08 de março de 2021, o Brasil se indignou com a misteriosa morte do pequeno Henry Borel, um menino de apenas 4 anos. Agora, meses após a tragédia, o Papa Francisco encaminhou uma carta para Leniel Boral, o pai da criança, segundo a IstoÉ.
Assinado pelo Monsenhor Luigi Roberto Cona, o documento foi entregue para uma parte da família de Leniel que mora em Portugal. No texto, escrito depois que parentes dos Borel enviaram uma correspondência ao pontífice descrevendo a morte de Henry, Francisco afirma que o crime cometido contra o menino foi um “massacre”.
“Neste momento, seus familiares sentem que precisam de fortalecer a sua fé, unindo seus corações ao coração do Sucessor de Pedro, cuja fé conta com um apoio especial de Jesus, para confirmar a fé dos seus irmãos”, escreveu o Papa, encaminhando sua carta para Leniel e sua mãe, Noeme Camargo Borges de Souza.
“O Santo Padre conta com Leniel e Noeme para contrastar a cultura da indiferença e do ódio que sente crescer ao seu redor, não se deixe contaminar pelo ódio, transformando-se a sua imagem e semelhança”, continuou a carta.
“Seja do número das pessoas que se recusam a entrar no circuito do ódio, que se recusam a odiar aqueles que lhes fizeram mal, dizendo-lhes: ‘Não tereis o meu ódio’. Deste modo, ajudará a parar o mal, como fez Abraão quando pediu a Deus para não exterminar os justos com os culpados”, finalizou o pontífice.
Em resposta ao documento enviado direto do Vaticano, Leniel afirmou que “no momento mais difícil de nossas vidas, as palavras de amor e solidariedade transmitidas pelo Papa Francisco nos fortalecem na fé e nos apoiam ainda mais a sermos imitadores de Cristo”.
“A carta que recebemos só ratifica que estamos no caminho certo de se opor ao sentimento de vingança, ódio e indiferença, não nos indignando de forma alguma para fazer o mal. Henry com certeza está feliz que não estamos nos vencendo pelo mal, mas vencendo o mal com o bem”, finalizou o pai, que tatuou o rosto do filho após a tragédia.
No dia 7 de maio, Monique Medeiros e seu namorado, o médico e vereador Dr. Jairinhoforam considerados réus do casoHenry Borel e, desde então, estão presos preventivamente, enquanto um processo investigada a misteriosa morte do menino.
No domingo de 7 de março de 2021,o engenheiro Leniel Borel deixou seu filho Henry na casa da mãe do garoto, sua ex-esposa Monique. Segundo a mulher, via UOL, o menino teria chegado cansado, pedindo para dormir na cama que ela dividia com Jairinho.
Por volta das 3h30 da madrugada, o casal foi verificar o pequeno e acabou encontrando Henry no chão, já desacordado. Monique e o vereador levaram o garoto às pressas para o hospital, enquanto avisavam Leniel, que, desconfiado, abriu um Boletim de Ocorrência.
O caso começou a ser investigado no mesmo dia e, até hoje, a polícia já ouviu cerca de 18 testemunhas. Tendo em vista que a morte do garoto foi causada por “hemorragia interna e laceração hepática [danos no fígado] causada por uma ação contundente”, os oficiais já reuniram provas o suficiente para descartar a hipótese de um acidente, segundo o G1.
O inquérito, no entanto, ainda não foi concluído e, dessa forma, nenhum suspeito foi acusado formalmente, mesmo que a polícia acredite que trate-se de um assassinato. Da mesma forma, falta esclarecer o que realmente aconteceu com Henry naquele dia.