Escavações no sítio arqueológico Papowo Biskupie, na Polônia, revelaram novas evidências que podem relacionais materiais metálicos com rituais funerários; confira!
Recentemente, arqueólogos encontraram no sítio arqueológico Papowo Biskupie —um antigo lago seco —, na Polônia, uma série de artefatos de metal que podem ser novas evidências relacionadas a rituais funerários a deposições metálicas. Ao todo, mais de 550 artefatos de bronze foram recuperados, em sepultamentos relacionados ao antigo povo Chelmno.
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As escacavações revelaram restos mortais de ao menos 33 indivíduos no leito do lago Papowo Biskupie, além da grande quantidade de artefaos de metal, sendo a maioria deles peças de joalharia usadas ao pescoço ou nos braços. Os resultados da escavação foram compartilhados na revista Antiquity.
A datação por radiocarbono sugere que a colocação de restos mortais humanos no lago ocorreu antes da deposição do metal, retratando a possibilidade de que a comunidade de Chełmno inicialmente enterrou seus mortos em lagos antes de fazer a transição para deposições votivas de metal", informam os autores do estudo na publicação.
Segundo o Heritage Daily, o sítio de Papowo Biskupie está localizado em uma região ao norte de onde hoje é a Polônia, sendo uma das comunidades mais setentrionais da cultura lusaciana. Eles viveram na Europa Central durante o final da Idade do Bronze e início da Idade do Ferro, entre os anos 1.200 a.C. e 450 a.C.
Em contraste com outros grupos da região, o povo Chelmno deixou um número bastante limitado de tesouros arqueológicos. Isso porque poucos dos objetos e artefatos que eles utilizavam eram feitos de metal, que seria mais bem preservado com o tempo, o que sugere que eles davam pouco significado ritualístico aos metais.
"Tradicionalmente, pensa-se que o povo do grupo Chełmno não foi afetado em grande parte pelos desenvolvimentos sociais e econômicos do período Urnfield e pela subsequente cultura de Hallstatt. Em contraste com o acúmulo generalizado de metal visto nas regiões mais ao sul da Lusácia, o metal não parece ter tido um lugar de destaque nas atividades sociais e rituais da comunidade de Chełmno", afirmam os arqueólogos envolvidos no estudo.
Porém, com a recente descoberta do grande número de artefatos de metal em sepulturas, o que se pensava sobre a pouca valorização desses materiais pelos Chelmnos cai por terra. Possivelmente, conclui o estudo, de fato os Chelmnos eram divergentes de outros grupos daquela região em suas práticas ritualísticas mas, com o tempo, seu sistema de crenças teria se alinhado, e eles passariam a valorizar os metais posteriormente.