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Notícias / Áustrália

Objetos escondidos sob varanda do manicômio mais antigo da Austrália são descobertos

Uma paciente teria deliberadamente ocultado itens pessoais como “parte de sua resistência” por ser obrigada a permanecer no local, afirma arqueóloga

Isabela Barreiros Publicado em 02/04/2020, às 08h00

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Um dos objetos encontrados no manicômio - Divulgação/Lauren Bryant
Um dos objetos encontrados no manicômio - Divulgação/Lauren Bryant

Mais de mil objetos comuns foram encontrados sob a varanda do Ladies 'Cottage, manicômio para mulheres “criminalmente insanas” localizado no hospital psiquiátrico mais antigo da Austrália, o Royal Derwent Hospital. A instituição foi aberta em 1827, e a parte das mulheres foi fechada apenas em 2000.

O local abrigava muitos idosos que provavelmente apresentavam um histórico de demência, mas a responsável pelo estudo, a arqueóloga Lauren Bryant, da Universidade de Flinders, afirma que os registros encontrados no local revelam os pacientes sofriam com diferentes doenças mentais.

Pano bordado com os nomes de compositores clássicos como Bach, Mozart e Schubert / Crédito: Divulgação/Lauren Bryant

"Certamente, em alguns momentos, parece haver muitos pacientes idosos, que viveriam com coisas como o que agora identificamos como demência. Mas outros foram descritos como depressivos ou alucinantes; portanto, uma grande variedade de sintomas e doenças estavam presentes, muitos dos quais vemos hoje de maneira diferente", explicou Bryant.

A maioria dos artefatos remonta ao período da Segunda Guerra Mundial, que ocorreu entre 1939 e 1945. A coleção inclui bordados feitas de avental ou toalha de chá e recortes de jornais e livros, mas ainda foram descobertos registros dos pacientes, como anotações médicas e documentos para a admissão no local.

O manicômio / Crédito: Divulgação/Lauren Bryant

Mas o que mais desperta o interesse da pesquisadora são os objetos ocultos que ela sugere terem sido escondidos deliberadamente por uma das pacientes. "Eu acho incrivelmente importante saber mais sobre a vida desses pacientes, porque no passado eles foram removidos da sociedade e colocados em hospitais como este. Não importa quão bons ou eficazes sejam os cuidados que receberam aqui, eles ainda foram impedidos de contar suas histórias e compartilhar suas experiências de vida com o mundo”, afirma.

Para Bryant, a ação da mulher era uma espécie de resistência ao ter de permanecer na instituição psiquiátrica. Segundo a arqueóloga, "era assim que ela podia controlar alguma coisa e ocultar esses objetos que tinham significado para ela, mesmo que para outras pessoas eles parecessem lixo. Ela poderia criar um tesouro ou uma cápsula do tempo de coisas importantes para ela e escondê-las de uma maneira que ninguém pudesse detê-la”.


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