Cientistas estão cada vez mais próximos de resguardar a obra de Edvard Munch
Em fevereiro deste ano, o jornal americano New York Times, divulgou uma notícia que vinha abalando cientistas e amantes de arte em todo o mundo: o famoso quadro de Edvard Munch, intitulado de O Grito, está se desvaecendo, a análise revelou que o quadro está perdendo as cores com a possibilidade de deixar de existir.
Porém, um artigo publicado neste mês pela revista científica, Science Advances, parece ter encontrado uma luz para a preservação da obra do fundador do expressionismo. Uma equipe de cientistas do Conselho Nacional de Pesquisa da Itália está trabalhando em colaboração com o Museu Munch, para determinar o que está causando danos no quadro.
Formas de preservação
As maiores deteriorações se encontram nas partes da pintura onde predominava a cor amarela. Diversos desgastes e lascas de tinta se formaram no amarelo do pôr do sol, no lago e no pescoço do homem retratado. Por isso, os pesquisadores estudaram em detalhes a natureza dos pigmentos usados por Munch e como eles se degradaram ao longo dos anos.
Diversos testes foram feitos para simular diferentes cenários que poderiam levar à deterioração. O processo foi feito utilizando tecnologia de ponta para não agredir o quadro. Analisando os resultados, os pesquisadores concluíram que a maior culpada por esses estragos na pintura foi a umidade.
A descoberta foi feita a partir de uma espécie de laboratório móvel, onde os cientistas analisaram a obra de maneira cautelosa, chegando a duas conclusões que podem salvar a pintura.
A fórmula ideal para preservação do quadro é muito simples: exibi-lo e armazená-lo em locais onde a umidade do ambiente não ultrapasse os 45%. As novidades são animadoras e, segundo os pesquisadores envolvidos com a pintura, ela pode até mesmo voltar a ser exibida, coisa que raramente acontece desde que o quadro foi recuperado, depois de um roubo em 2006.
Importância da obra
"Esse tipo de trabalho mostra que arte e ciência estão intrinsecamente ligadas e que a ciência pode ajudar a preservar obras de arte, para que o mundo possa continuar a admirá-las nos próximos anos.", disse a pesquisadora do Instituto de Ciência e Tecnologia Molecular do Conselho Nacional de Pesquisa, Costanza Miliani.