Nova descoberta quebra consenso de quase 200 anos; confira!
Uma nova pesquisa, feita por paleontólogos australianos, virou parte da comunidade científica de pernas para o ar, recentemente. Isso porque ela contradiz uma teoria aceita há quase 200 anos, que afirmava que mamíferos placentários e marsupiais teriam se originado na América do Norte, região do planeta onde mais existem variedades de mamíferos na atualidade.
De acordo com a pesquisa, publicada na revista científica Alcheringa: An Australasian Journal of Palaeontology, os ancestrais de theria — subclasse de mamíferos que integra as infraclasses marsupialia e placentalia — viviam em Gondwana, o supercontinente composto pelo que hoje é a América do Sul, a Índia e a Austrália, já 50 milhões de anos antes da já conhecida migração para a Ásia, que ocorreu durante o período Cretáceo, há cerca de 126 milhões de anos.
Nossos estudos dos molares tribosfênicos de mamíferos therian, encontrados em sedimentos jurássicos iniciais e médios de Madagascar, da América do Sul e da Índia, indicam que estes fósseis têm até 180 milhões de anos e são anteriores aos restos mais antigos encontrados no Hemisfério Norte em 50 milhões de anos", explica Tim Flannery, do Museu Australiano, no estudo.
Além do mais, o pesquisador também aponta que é possível identificar características em comum entre fósseis de therian do Cretáceo da Austrália, de 126 a 110 milhões de anos atrás, e outros animais do Hemisfério Sul e do Norte.
"Esta nova pesquisa revisou completamente e virou de cabeça para baixo nossa compreensão da evolução dos primeiros mamíferos. É a parte mais importante da pesquisa paleontológica, de uma perspectiva global que já publiquei, mas pode levar algum tempo para encontrar aceitação total entre Pesquisadores do Hemisfério Norte", acrescenta Flannery.
Já o professor Kris Helgen, cientista-chefe do Museu Australiano, destaca no estudo que, de fato, muitas linhagens de mamíferos coexistiram no Hemifério Sul durante o Cretáceo, mas evidências em registros fósseis sempre foram escassaz para se comprovar essa tese.
Por exemplo, de acordo com a Revista Galileu, alguns dos principais fósseis de mamíferos que basearam o artigo foram encontrados pelos paleontólogos Tom Rich e Patricia Vickers-Rich, também envolvidos no estudo, apenas depois de 23 anos identificando somente rochas do Cretáceo.