Populares no país, as corridas de galgos empregam mais de 1.000 pessoas no país, mas desagrada ativistas pelo bem-estar animal; entenda!
Publicado em 10/12/2024, às 09h22
Existentes desde o fim do século 19 na Nova Zelândia, as corridas de galgos são bastante populares no país, que é um dos poucos que autorizam a prática do mundo. Porém, segundo um anúncio recente do governo neozelandês, a prática será proibida a partir de 2026, o que é motivo de grande discussão.
Segundo o anúncio, a proibição será feita devido às taxas "inaceitavelmente altas" de ferimentos e mortes entre os cães. Relatórios independentes apontaram que muitos animais saudáveis foram sacrificados por seus treinadores, ou até mesmo sofreram ferimentos graves na pista; o que levou a, em 2021, o governo trabalhista notificar a indústria para que realizassem melhorias.
Apesar do progresso significativo feito pela indústria de corridas de galgos nos últimos anos, a porcentagem de cães feridos continua persistentemente alta e chegou a hora de tomar uma decisão no melhor interesse dos animais", afirmou o vice-primeiro-ministro e ministro das corridas, Winston Peters, à mídia local.
Conforme repercute o The Guardian, a indústria das corridas de galgos deve ser encerrada nos próximos 20 meses, de forma que os cães de corrida possam passar por um período de transição e realocação, bem como os envolvidos na indústria. A legislação para evitar a matança de cães de corrida foi apresentada nesta terça-feira, 10, enquanto a legislação para encerrar as corridas será apresentada no próximo ano.
Além disso, vale mencionar que foi nomeado um comitê consultivo para gerenciar a adoção de 2.900 cães de corrida do país, e o governo neozelandês trabalhará em colaboração com grupos de bem-estar animal para apoiar isso, ainda segundo informado por Winston Peters.
Além da Nova Zelândia, as corridas de galgos são permitidas também na Austrália, Irlanda, Estados Unidos e Reino Unido. Ao todo, segundo o Guardian, sete clubes de corrida e seis pistas para a modalidade existem na Nova Zelândia, onde ocorreram cerca de 4.800 corridas entre 2023 e 2024.
Em reação à decisão recente do governo neozelandês, o órgão do setor, o Greyhound Racing NZ, escreveu em publicação nas redes sociais ter ficado arrasado com a notícia: "Estamos extremamente decepcionados que o governo não tenha reconhecido o trabalho que a indústria fez para abordar áreas de preocupação – a ponto de agora liderar a indústria de corridas mais ampla com seu compromisso com o bem-estar animal", afirmou o presidente Sean Hannan.
Esta decisão não diz respeito apenas ao esporte – ela afeta famílias, empresas e comunidades que dedicaram suas vidas a cuidar e competir com galgos", acrescentou Hannan.
Porém, em contramão, grupos de bem-estar animal e partidos de oposição às corridas, como o Partido Trabalhista e o Partido Verde, elogiaram a medida do governo. "O Partido Trabalhista está disposto a trabalhar com o governo para garantir uma implementação oportuna da proibição", disse o porta-voz do partido, Tangi Utikere, à mídia neozelandesa.
"Relatórios sucessivos destacando a crueldade, os maus-tratos e a negligência na indústria foram deixados para acumular poeira enquanto governos sucessivos empurravam a questão para frente", acrescentou Steve Abel, porta-voz do Partido Verde para o bem-estar animal e corridas. "Reconhecemos a decisão decisiva do Ministro Winston Peters de fazer o que deveria ter sido feito anos atrás".