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Notícias / Dostoiévski

Noites Brancas: Romance de Dostoiévski viraliza nas redes sociais

Publicado em 1848, o clássico da literatura russa continua a conquistar e atrair cada vez mais os leitores da nova geração

Felipe Sales Gomes, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 26/12/2024, às 15h46

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Dostoiévski é o autor de Noites Brancas - Wikimedia Commons
Dostoiévski é o autor de Noites Brancas - Wikimedia Commons

Além dos romances populares de Colleen Hoover, um clássico centenário tem conquistado a atenção de jovens leitores no TikTok: Noites Brancas, do escritor russo Fiódor Dostoiévski (1821-1881).

Publicada em 1848, essa obra breve e poética foi a quarta tradução literária mais vendida no Reino Unido em 2024, segundo o jornal britânico The Guardian.

Reconhecida como um marco da literatura russa, a história narra uma série de encontros entre dois jovens solitários que se conhecem por acaso nas ruas de São Petersburgo.

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Com apenas 80 páginas, Noites Brancas se destaca por sua concisão em comparação com outras obras de Dostoiévski, como Crime e Castigo, que possui 592 páginas. Por isso, o livro é frequentemente visto como uma porta de entrada para o universo literário do autor.

No TikTok, a obra tem ganhado vida nova, com usuários compartilhando trechos impactantes, resenhas emocionadas e até memes inspirados na trama. A hashtag relacionada ao livro acumula milhões de visualizações.

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Sobre o autor

Fiódor Dostoiévski foi um dos maiores escritores da literatura russa e mundial, conhecido por suas obras que exploram temas psicológicos, filosóficos e sociais. Nascido em Moscou, na Rússia, em uma família de classe média, Dostoiévski teve uma infância marcada pela morte precoce da mãe.

Após se formar em engenharia militar, dedica-se à literatura, publicando sua primeira obra de destaque, Gente Pobre (1846), que lhe trouxe reconhecimento imediato. Contudo, sua vida foi marcada por turbulências: em 1849, foi preso por participar de um grupo intelectual acusado de atividades subversivas contra o czar Nicolau I.

Inicialmente condenado à morte, sua pena foi comutada momentos antes do fuzilamento para trabalhos impostos na Sibéria, onde passou quatro anos.

A experiência no cárcere transformou sua visão de mundo, levando-o a uma reflexão profunda sobre fé, moralidade e a condição humana — temas que permeiam suas obras. Após seu retorno, publicou romances icônicos como Crime e Castigo (1866), O Idiota (1869), Os Demônios (1872) e Os Irmãos Karamázov (1880).

Dostoiévski enfrentou sérios desafios pessoais, incluindo crises de epilepsia, problemas financeiros e o tráfico em jogos de azar. Apesar disso, suas obras ganharam complexidade e profundidade, explorando dilemas éticos, a luta entre bem e mal e as questões existenciais que continuam a ressoar até hoje.

Faleceu em São Petersburgo em 1881, deixando um legado literário que influenciou escritores, filósofos e artistas ao longo dos séculos. Seu trabalho é marcado por sua habilidade em revelar as profundezas da alma humana e permanece relevante na discussão sobre a natureza da moralidade e da liberdade.

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