Sarkozy enfrenta acusações de corrupção e associação criminosa em um escândalo envolvendo malas de dinheiro, espiões líbios e traficantes de armas
O ex-presidente da França Nicolas Sarkozy, de 69 anos, está sendo julgado sob alegações de que recebeu milhões de euros em financiamento ilegal do regime líbio de Muammar Gaddafi para sua campanha presidencial vitoriosa em 2007.
Acusações incluem corrupção passiva, financiamento ilegal de campanha, ocultação de desvio de fundos públicos e associação criminosa. Investigadores afirmam que Sarkozy teria feito um acordo corrupto com o governo líbio, supostamente envolvendo espiões, traficantes de armas e malas cheias de dinheiro que teriam sido enviadas diretamente de Trípoli para Paris.
O advogado do francês, Christophe Ingrain, rejeitou categoricamente as acusações, chamando-as de "invenções". Ele afirmou que, após uma década de investigações exaustivas, incluindo grampos telefônicos e cooperação internacional, não há provas de qualquer transferência de dinheiro ou financiamento irregular.
Se condenado, Nicolas pode enfrentar até 10 anos de prisão e uma multa de 375 mil euros. Apesar da gravidade das acusações, o ex-presidente, que já liderou a França entre 2007 e 2012, nega todas as irregularidades e optou por não se pronunciar ao chegar ao tribunal.
A suposta trama começou em 2005, quando Sarkozy, então ministro do Interior, teria negociado apoio financeiro com Gaddafi em troca de influência no cenário internacional. Contudo, em 2011, durante a Primavera Árabe, o francês liderou os ataques aéreos da OTAN contra as forças de Muammar, que resultaram na queda do regime e na morte do líder líbio.
Segundo o 'Independent', documentos divulgados em 2012 pelo site investigativo francês Mediapart também sugerem um acordo de financiamento entre os líderes. No entanto, Nicolas alegou que esses documentos são falsificações e apresentou denúncias contra os responsáveis pela publicação.
Este não é o único problema legal de Sarkozy. Em dezembro de 2022, a mais alta corte da França confirmou sua condenação por corrupção e tráfico de influência em um caso separado. Ele foi sentenciado a usar uma tornozeleira eletrônica por um ano, tornando-se o primeiro ex-chefe de estado francês a enfrentar tal punição.
Leia também:Ex-presidente francês Nicolas Sarkozy é condenado por exceder limite de gastos em campanha