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Notícias / Caso Pelicot

Homem que dopava esposa para que estranhos a estuprassem é condenado na França

Dominique Pelicot, de 72 anos, foi condenado pela Justiça francesa por estupro agravado, tentativa de estupro e produção de imagens indecentes de mulheres

Redação Publicado em 19/12/2024, às 09h02

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A francesa Gisèle Pelicot - Getty Images
A francesa Gisèle Pelicot - Getty Images

Dominique Pelicot, que admitiu ter drogado sua esposa, Gisèle Pelicot, e recrutado desconhecidos na internet para abusarem sexualmente dela por uma década, foi condenado a 20 anos de prisão pela Justiça francesa.

O veredicto foi anunciado no tribunal de Avignon, no sul do país. Pelicot, de 72 anos, chorou ao ser considerado culpado por estupro agravado, tentativa de estupro contra Cillia — esposa de Jean-Pierre Marechal, um dos 51 corréus — e pela produção de imagens indecentes da filha, Caroline, e das noras, Aurore e Celine.

Durante o julgamento, iniciado em 2 de setembro e acompanhado de perto pela imprensa internacional, Gisèle renunciou ao seu direito de anonimato. Ela pediu que os vídeos dos abusos fossem exibidos no tribunal para "permitir que sua história chegasse ao mundo" e transferir a "vergonha" para os acusados, conforme informações do portal de notícias O Globo.

Dominiqueconfessou ter drogado a esposa com ansiolíticos entre 2011 e 2020 para fazê-la dormir e permitir os abusos. No tribunal, ele pediu desculpas à ex-companheira, de quem se divorciou após 50 anos de casamento, e à família. Sua advogada, Béatric Zavarro, pediu uma pena mais branda, citando os “traumas” de infância do cliente, incluindo um estupro aos 9 anos.

Outros réus

Jean-Pierre Marechal foi o segundo réu a receber sentença, sendo condenado a 12 anos de prisão — cinco a menos do que pedia a promotoria — por dopar e estuprar sua própria esposa, Cillia. Ele admitiu ter seguido a orientação de Dominique Pelicot e permitido que o colega também a violentasse.

Outros réus receberam penas de 3 a 15 anos de prisão. Entre eles está Hassan Ouamou, condenado a 12 anos. Atualmente no Marrocos, ele informou às autoridades que não pretende retornar à França para cumprir a sentença. As defesas têm até dez dias para recorrer das decisões.