Busto que provavelmente alude à lendária imperatriz do Egito é alvo de debates e discordâncias entre especialistas da arqueologia
Uma pequena escultura feminina foi encontrada em Taposiris Magna, no Egito, e os arqueólogos envolvidos acreditam que ela possa ser uma referência a Cleópatra VII.
O Ministério de Turismo e Antiguidades do Egito divulgou a descoberta no Templo Taposiris Magna, próximo a Alexandria.
A missão arqueológica egípcia-dominicana, liderada pela Dra. Kathleen Martinez em colaboração com a Universidad Nacional Pedro Henríquez Ureña (UNPHU), encontrou os depósitos de fundação sob a parede sul do templo, revelando uma coleção significativa de artefatos e itens cerimoniais que oferecem novos insights sobre a história da região durante a era ptolomaica tardia.
Entre os itens encontrados, destaca-se um mini busto, que cabe facilmente na palma da mão. A Dra. Martinez sugere que a escultura seja uma representação de Cleópatra VII, última governante da dinastia ptolomaica.
Cleópatra governou o Egito de 51 a.C. até sua morte em 30 a.C., e ficou famosa por sua inteligência, fluência em várias línguas e suas relações com figuras romanas proeminentes, como Júlio César e Marco Antônio.
Além do busto, foram encontradas 337 moedas, muitas com a imagem de Cleópatra VII. Outros artefatos incluem um conjunto de cerâmica meteorológica, candeeiros de óleo, potes de calcário usados para alimentos e cosméticos, estátuas de bronze, um amuleto de duas peças com a inscrição "A justiça de Ra ressuscitou", e um anel de bronze dedicado à deusa Hathor.
Embora Dra. Martinez acredite que o busto represente Cleópatra, o arqueólogo egípcio Zahi Hawass tem uma opinião diferente. Hawass, ex-ministro egípcio de Antiguidades, afirmou que a escultura não representa Cleópatra, mas sim uma figura romana.
Em entrevista ao portal Live Science, ele explicou que, durante a Dinastia Ptolemaica, os faraós eram representados com estilos artísticos egípcios, e não romanos, como é o caso do busto encontrado. O período romano no Egito teve início após a morte de Cleópatra, por volta de 30 a.C.