Manuel Ranoque é o pai de duas das crianças que ficaram perdidas na Amazônia colombiana e sobreviveram
Manuel Ranoque, pai de duas das quatro crianças indígenas que conseguiram sobreviver por 40 dias na Amazônia colombiana após um acidente aéreo, foi detido na última sexta-feira, 11, sob acusações de abuso sexual envolvendo uma das suas enteadas.
O Ministério Público confirmou a prisão através de uma declaração à imprensa, embora as acusações exatas contra Ranoque não tenham sido especificadas. O indivíduo é membro da comunidade indígena huitoto.
Ele se encontrava no meio de uma disputa pela guarda das crianças com os avós maternos, que alegam que Ranoque agrediu a mãe das crianças, a qual veio a falecer no acidente.
A informação completa será fornecida quando ele for formalmente acusado. Espera-se que as audiências ocorram amanhã, mas isso depende do juiz", declarou uma porta-voz do Ministério Público à AFP, via UOL.
Depois do resgate das crianças no início de junho, William Castro, líder da aldeia indígena onde a família vivia, afirmou à emissora Caracol que havia "indícios" de abuso sexual por parte de Ranoque contra a filha mais velha. Castro também mostrou uma fotografia das feridas que Magdalena Mucutuy, mãe das crianças, teria sofrido nas mãos de Ranoque, alegadamente. O acusado, por sua vez, negou categoricamente tais acusações.
Lesly, 13, Soleiny, 9, Tien Noriel, 5 e Cristin, 1, permaneceram um mês hospitalizados após seu resgate e foram posteriormente liberados em condições de saúde satisfatórias. Durante o período em que estiveram na selva, as crianças sobreviveram com a ajuda de um pacote de farinha de mandioca que estava a bordo da aeronave acidentada, bem como comendo frutas silvestres.
Atualmente, eles estão sob os cuidados do Instituto Colombiano de Bem-Estar Familiar (ICBF).