A pesquisa revelou uma fortificação de cerca de 5 metros de altura que servia para proteger o Oásis de Khaybar, no Norte da Arábia Saudita
Uma equipe de pesquisadores revelou a descoberta de uma muralha com mais de 4 mil anos cercando o Oásis de Khaybar, no Deserto do Norte da Arábia Saudita. A fortificação, que confirma a existência de um complexo de oásis murados, foi identificada por meio de levantamentos de campo, sensoriamento remoto e estudos arquitetônicos, sendo destacada como uma das maiores da Arábia Saudita, ao lado do oásis de Tayma.
A pesquisa, divulgada nesta quarta-feira, 10, no periódico Journal of Archaeological Science: Reports, ressalta a importância da descoberta para a compreensão da ocupação humana no noroeste da Arábia durante o período pré-islâmico, especialmente nos milênios 4 e 3 a.C.
A equipe, composta por cientistas do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França (CNRS) e da Comissão Real para AlUla (RCU), estima que a muralha, com cerca de 5 metros de altura, se estendia por 14,5 km e tinha entre 1,7 e 2,4 metros de espessura. A estrutura delimitava uma área rural e sedentária de aproximadamente 1,1 mil hectares.
Datada entre 2250 e 1950 a.C., a colossal muralha, atualmente com pouco menos da metade de seu comprimento original, foi crucial para demarcar o território do oásis e contribuiu para a criação de complexidade social e política indígena na região. As escavações realizadas entre 2020 e 2023 permitiram a coleta de amostras para datação por radiocarbono, segundo a Galileu.
A descoberta levanta questões intrigantes sobre a construção da muralha, suas finalidades e as relações das populações indígenas com grupos externos ao oásis. Os especialistas acreditam que a existência dessas estruturas muradas desempenhou um papel fundamental na configuração do cenário social e político na Idade do Bronze na Península Arábica noroeste.
Essa descoberta crucial confirma o surgimento de um complexo de oásis murados no norte da Arábia durante a Idade do Bronze, uma tendência que se mostrou fundamental para a criação de complexidade social e política indígena", dizem os especialistas.