O MET anunciou a devolução de mais de uma dúzia de obras de arte ao Camboja e Tailândia, ligadas a um negociante acusado de tráfico
O prestigiado Metropolitan Museum of Art (MET), de Nova York, anunciou a devolução de mais de uma dúzia de esculturas do Sudeste Asiático que foram ligadas a um falecido negociante de arte acusado de traficar artefatos saqueados da região.
Em comunicado, o MET disse que iniciou o processo de devolução de 14 obras de arte ao Camboja e outras duas à Tailândia. Os itens possuem ligações com Douglas Latchford — falecido em 2020 — que enfrentava acusações de tráfico de arte.
Segundo recorda a CNN, o negociante de antiguidades britânico e importante estudioso da arte Khmer Vermelho foi indiciado em 2019 por "orquestrar um esquema plurianual para vender antiguidades cambojanas saqueadas no mercado de arte internacional", afirmou o gabinete do procurador dos EUA num comunicado. A acusação foi rejeitada após a morte de Latchford.
O MET tem trabalhado diligentemente com o Camboja e o Ministério Público dos EUA durante anos para resolver questões relativas a estas obras de arte, e novas informações que surgiram deste processo deixaram claro que deveríamos iniciar a devolução deste grupo de esculturas", declarou Max Hollein, diretor e CEO do museu.
Ainda de acordo com o MET, as esculturas devolvidas retratam os sistemas religiosos hindus e budistas dos séculos 9 e 14 do período Angkoriano. Segundo reportado pelo Aventuras em fevereiro deste ano, o Camboja já havia recebido peças ligadas à Latchford que foram encontradas em um museu londrino.
Conforme repercutido pela CNN, algumas das obras devolvidas são do sítio arqueológico de Koh Ker, incluindo uma estátua de arenito de uma deusa do século 10; e um 'Bodhisattva Avalokiteshvara Sentado', datado do final do século 10 e início do 11, que retrata um Buda sentado com as pernas cruzadas. Há também outras figuras de Buda do século 7, apontou o gabinete do procurador dos EUA.
Num comunicado à imprensa, a Ministra da Cultura e Belas Artes do Camboja, Phoeurng Sackona, descreveu a repatriação dos objetos como "um ato de cura para a nossa nação".
É difícil exagerar a enorme importância destes retornos para o povo cambojano", disse. "Pedimos que outros museus e colecionadores particulares entrem em contato conosco para discutir suas coleções de antiguidades cambojanas."