Além de curiosas línguas, outros artefatos feitos de ouro foram encontrados em cemitério
Recentemente alguns arqueólogos fizeram uma descoberta que pode impactar grandemente na forma como a sociedade do Egito Antigo funcionava e como eram as divisões entre classes sociais. O achado em questão consiste no resto de algumas múmias com línguas de ouro, além de outros artefatos do mesmo metal e alguns itens funerários.
A descoberta foi feita em um antigo cemitério, localizado a cerca de 56 km ao norte do Cairo, capital egípcia, próximo à Quweisna. No local, alguns dos mortos estavam enterrados em caixões de madeira e acompanhados por diversos itens, colares, cerâmicas e artefatos feitos com ouro em forma de flor de lótus, e besouros conhecidos como escaravelhos.
Segundo o chefe do Conselho Supremo de Arqueologia do Egito, Mustafa Waziri, as múmias estavam em péssimo estado de preservação. As descobertas foram divulgadas em publicação no Facebook do Ministério de Turismo e Antiguidades no último dia 19 de novembro.
Apesar disso, segundo o site Egypt Independent, e repercutido pela Revista Galileu, os esqueletos acompanhados por linho dourado permaneceram intactos com o tempo. Além do mais, também foram encontrados restos de caixões de madeira e pregos de cobre, utilizados nos compartimentos funerários.
Ayman Ashmawi, chefe do setor de arqueologia egípcia no Conselho Supremo de Arqueologia, explica que o estilo arquitetônico do cemitério é, ainda por cima, muito único. Lá, podem ser encontradas muitas abóbadas principais de pontos de entrada e saída, além de três câmaras funerárias, que coincidem com o restante do projeto.
Além disso, Ashmawi ainda revelou que escavações feitas no antigo cemitério revelaram que ele não foi utilizado somente em um período histórico. A partir de análise dos costumes funerários, provavelmente o local deveria ter sido reutilizado no final do Egito Antigo, no período ptolomaico e em duas fases da era romana.
O cemitério se localiza no Complexo Arqueológico de Qwaisana, no Egito, e foi descoberto originalmente em 1989, por arqueólogos. Acredita-se, ainda, que a região foi ocupada durante o Reino Ptolemaico, e depois pelos romanos.